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Dia da Mulher: Veterinárias relatam como lidam com machismo no mercado de trabalho 

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Dos 148.037 médicos-veterinários atuantes no Sistema Conselho Federal e Regionais de Medicina Veterinária, 53% são mulheres (79.858)  |   Bnews - Divulgação Arquivo Pessoal

Publicado em 08/03/2021, às 18h24   Redação BNews


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A presença feminina no mercado da medicina veterinária é crescente. Segundo dados atualizados do Sistema Conselhos Federal e Regionais de Medicina Veterinária (CFMV/CRMVs), desde a década de 1970, o número de mulheres aumenta, progressivamente, no Brasil e no mundo neste setor.

De acordo com a entidade, dos 148.037 médicos-veterinários atuantes no Sistema Conselho Federal e Regionais de Medicina Veterinária (CFMV e CRMVs), 53% são mulheres (79.858), enquanto entre os 9.204 zootecnistas atuantes, o público feminino ocupa 32% do mercado. 

Mas, apesar do elevado índice, a atuação da mulher em algumas áreas do mercado ainda é questionada. É o que relata a médica veterinária Ticiana Vasconcelos, especialista com vasta experiência em animais de grande porte. “Meu maior desafio sempre foi mostrar que mesmo sendo mulher e de baixa estatura, que tinha conhecimento técnico e habilidade para realizar os atendimentos no campo. Existia e ainda existe, mesmo que de forma velada, a ideia de que para ser veterinário de campo precisa ser homem e forte, e que mulheres não conseguem. Hoje menos, mas já vivi experiências que exigiram muito de mim nesse sentido”, conta.

A especialista conta ainda que já passou por situações em que as pessoas “muitas vezes temem em falar o que pensam, mas pelas atitudes vemos a insegurança de quando o atendimento é realizado por uma veterinária”.

A veterinária Ana Priscila Murici, especialista em clínica médica de pequenos animais e ultrassonografia também confirma esse tipo de comportamento no mercado. “As  veterinárias que atuam na área de grandes animais sofrem muito mais preconceito por serem mulheres e estarem desempenhando um papel que por muito tempo era por homens.  Como atuo no setor pet, os poucos preconceitos que já vivenciei foram em atendimentos, com animais de porte maior e o tutor achar que não conseguiria contê- lo”, conta.

Apesar disso, Murici revela que enfrenta o machismo durante o exercício de sua profissão com muita tranquilidade. “Sou uma mulher que desde a época do colégio sempre soube me posicionar e como veterinária não foi diferente. Fico muito feliz em saber que na área que atuo sou conceituada”, avalia.

E, Vasconcelos complementa sobre o preconceito: “Eu considero que uma mulher, na verdade, qualquer pessoa , desde que bem preparada, é capaz de realizar qualquer atividade. Então, mostro sempre que sou capacitada e a presença de uma pessoa machista não me incomoda”.

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