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‘Vacinei, mas não foi de Covid’: Cãolunista fala sobre a importância de manter a carteira de vacinação de seu pet em dia

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Oreo tomou vacinas e contou todos os detalhes na coluna desta semana  |   Bnews - Divulgação Arquivo BNews
Oreo, o Cãolunista

por Oreo, o Cãolunista

Publicado em 07/05/2021, às 13h40


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Gente, eu vacinei! Tomei furada nas costas duas vezes essa semana. Nem doeu, porque a doutora me deu um petisco depois e eu até esqueci que tinha tomado injeção. A vacina que eu queria mesmo era a de Covid-19, mas ainda não tem pra mim. Então, tomei imunizantes contra gripe e giárdia.

Você sabia, humano, que é muito importante manter a carteira de vacinação de seu pet em dia? Minha namorada, por exemplo, a Atheninha (lembram dela?), pegou gripe e ficou toda cabisbaixa. Não tinha se vacinado, coitada, mas agora já tá bem e imunizada (aqui ela, ó, tão linda)!!

Gripe
Essa mudança de tempo e a chegada do inverno aumentam as chances de gripe em cachorros. (Deus me livre ficar de nariz escorrendo por aí!!). A gripe canina, assim como a de humanos, também é causada por um vírus, o Influenza A, que é muito contagioso, deixando a gente com tosse, coriza, dores e muita fraqueza.

Apesar de derrubar a gente, que é cachorro, a gripe canina não costuma ser grave, não, viu?! Mas, não é por isso que você, humano, vai negligenciar o seu parceiro de todas as horas. Se perceber que seu pet tá pra baixo, com tosse, bem devagar e sem querer comer, procure um veterinário.

Assim como acontece com vocês, quando estamos resfriados precisamos de muita água, boa alimentação e descanso. Ah, e não se preocupe, porque a gripe canina não é transmissível a humanos, nem o contrário acontece. É cada um no seu quadrado!! Olha eu aqui, super comportado, esperando pra receber a minha vacina!! Vacina já!!

“A gripe de cachorro é ocasionada geralmente por vírus e é importante dizer que esses vírus são diferentes daqueles que acometem os humanos, mas que geram sintomas semelhantes ao que conhecemos, como coriza, febre, espirros e cansaço”, explicou o veterinário Bruno Sattelmayer.

E, atenção!! Caso seu pet seja de uma raça braquicefálica - sabe, aqueles cachorros com focinho curto -, o cuidado deve ser ainda maior. Cães das raças Pug, Bulldog e Shih Tzu, por exemplo, já possuem problemas respiratórios que podem piorar com a chegada da gripe de cachorro.

Quer dicas para manter seu pet longe das complicações da gripe? Vacina anual!! A dose custa em média R$ 115 em Salvador. Em entrevista ao Cãolunista do  BNews, a veterinária Laiz Paixão explicou, no entanto, que a “vacina de gripe não é considerada como essencial, fazendo parte do protocolo de vacinas não essenciais, segundo o Guia Internacional de Vacinação”. Então, não esquenta, não, humano, caso não consiga vacinar seu cão!!

Apesar disso, a veterinária afirmou que se trata de uma vacina que oferece proteção a complicações dos quadros de tosse canina. “O que eu percebo é que os animais que têm essa vacinação, geralmente, não evoluem para quadros respiratórios mais graves, com comprometimento pulmonar”.

Ela também ressaltou que a vacina não evita a tosse, ou seja, não faz com que o vírus chegue perto do animal, mas, sim, previne as complicações decorrentes da doença, sendo, por isso, classificada como complementar ao protocolo, e não essencial, como a antirrábica.

Atenção, humanos!! A doutora pede que vocês fiquem atentos, porque Salvador está passando, neste momento, por um surto de gripe canina e felina, "que acomete os animais a quadros respiratórios superiores e inferiores", com risco de sinusite e comprometimento pulmonar. (Graças a Deus, Atheninha se curou!!).

Mas, além disso, você pode dar a ele de presente uma mantinha bem fofinha e quente - e doar aos animais de abrigos também, viu! Eu ainda estou esperando a minha que os humanos me prometeram. Até agora nada (sinto que estou sendo enrolado)!! Outra coisa é nos manter longe de correntes de vento e de outro animal que esteja gripado.

Ei, fique ligado, porque os cães podem tossir e não ser gripe!! O veterinário Bruno Sattelmayer disse que essa “é uma doença causada principalmente por uma bactéria chamada Bordetella bronchiseptica, que causa sintomas muito parecidos com a gripe, e entre os principais estão rouquidão, tosse e apatia”.

Giárdia
Além da picadinha da gripe, também me furaram nas costas com a vacina de Giárdia. Eu nem sabia o que era isso até o dia em que tive uma super diarréia. Foi horrível, gente! Sofri muito - e meus humanos também, que levantavam várias vezes de madrugada pra observar o meu cocô (que nojo!!).

A giardíase ou giárdia é uma zoonose, como a raiva, que é uma doença transmissível a humanos. Se liguem!! A causa dela é um parasita que entra no organismo dos pets e passa a morar em nosso intestino, causando inflamações e diversos outros sintomas, como a diarréia, que, em alguns casos, pode ser acompanhada de sangue e muco - por isso é de extrema importância que você, humano, fique de olho nas fezes de seu animal.

A boa notícia é que existe vacina contra esse parasita malvado!! Ela é considerada uma das quatro vacinas anuais que os pets devem tomar e custa em média R$ 80 em clínicas particulares de Salvador. Outra solução para evitar a giárdia é prestar bem atenção se seu pet vai lamber ou comer coisas estranhas durante o passeio. (Esses dias, eu peguei correndo um pedaço de pão que vi no chão da rua…).

“A principal forma de evitar a giardíase é fortalecendo a imunidade do cão. A maioria dos animais que apresentam a doença ou tem a saúde intestinal comprometida ou uma saúde sistêmica comprometida”, disse a veterinária Laiz Paixão.

A vacina, segundo ela, é controversa, porque o Guia Internacional de Vacinação traz a classificação como “não recomendada”, ou seja, não evita a doença ou funciona como tratamento. No entanto, ela afirmou que, “os animais com a vacinação têm diminuídos os sintomas clínicos, como acontece com a redução de sintomas na catapora humana em crianças imunizadas”.

Agora, se o seu pet contrair a giárdia, não se preocupe! Leve ele ao veterinário e pergunte se é necessário fazer tratamento com remédios, que, geralmente, são de uso oral. (Eu tomei uma gosma marrom que chamam de probiótico. No início cuspi, claro, mas depois acostumei).

Tá caro?
O mercado pet é um dos poucos que, em meio à crise econômica, permanece com crescimento, sendo que, no ano passado, segundo dados do Instituto Pet Brasil, a alta foi de 13,5% em comparação a 2019, e faturamento de R$ 40 bilhões. É muito dinheiro, né, gente?

Mas, apesar de o nicho comercial estar com tudo, eu preciso confessar que os preços de muitas coisas são salgados e não é (MESMO) a maioria da população que pode ter acesso. Por isso, aqui em Salvador, a Prefeitura, por meio da Diretoria de Promoção à Saúde e Proteção Animal, que é um órgão vinculado à Secretaria Municipal de Saúde (SMS), disponibiliza a aplicação gratuita das doses da antirrábica, conhecida por combater a raiva, entre 8h e 14h (clique aqui para ver os locais).

Em entrevista ao Cãolunista doBNews, a veterinária Laiz Paixão explicou que a antirrábica é uma vacina considerada essencial para cães e gatos, além da múltipla. Portanto, se você, humano, não consegue manter o calendário de vacinação de seu pet em dia, por causa do valor das vacinas, tudo bem, cara! Procura a Prefeitura e pede a aplicação da antirrábica, mantendo a anuidade dela, tá!?

A veterinária também afirmou que, para os felinos, “a múltipla, que envolve a tríplice, quádrupla ou quíntupla, a depender do estilo de vida do gato, e a raiva” são as principais vacinas. Já para o cão, “as principais são a múltipla e a raiva, e as vacinas opcionais, que complementam o protocolo básico, a de gripe, giárdia, leptospirose e leismaniose”.

Ainda segundo Laiz, antes de determinar a aplicação de vacinas no cachorro, é preciso que o veterinário converse com o tutor do animal, “para saber qual a real necessidade da imunização desse animal e a possibilidade também de o dono arcar com o custos das outras vacinas, que não são tidas como essenciais, sendo complementares ao protocolo básico”.

Calendário de vacinação
É muito importante ficar atento ao calendário de vacinação de seu pet. As primeiras vacinas que devem ser administradas ao cão é a polivalente (V8 ou V10), a partir da 6ª semana de vida, com intervalo de 2 a 4 semanas entre cada dose - são três doses, viu?! A partir da 12ª semana de vida, o animal deve tomar a tão famosa antirrábica, que previne o cão da raiva (e você também, humano!). Essa aqui é uma dose só, com reforço anual.

A partir da 16ª semana, o cachorro deve tomar as demais vacinas complementares, como a de gripe, giárdia e também a leishmaniose, sendo que essa última previne o cão de uma doença parasitária, que ataca o sistema imunológico.

Essa aqui eu ainda não tomei, hein!? Está pendente, já que a doença atinge mais cachorros em áreas de muito pernilongo, e eu estou em isolamento dentro de casa. Mas, se ligue, viu, humano!! Se você mora em um lugar cheio de mosquito, tente vacinar seu cão.

Olha!! Último detalhe! Todos os imunizantes devem ser aplicados anualmente, seguindo as datas das últimas doses. Isso é importante para o cão sempre ter anticorpos suficientes e conseguir combater qualquer uma dessas doenças. Fico por aqui, minha gente!! Semana que vem eu volto com mais dicas sobre o mundo pet! Fui (sonhando com a vacina de Covid-19 - não pra mim, mas, sim, pra todos os humanos)!!

*Texto escrito pela repórter Yasmin Garrido.

Classificação Indicativa: Livre

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