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Cinomose canina: Saiba como tratar e prevenir a doença muito comum e que pode levar pet à morte

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Bnews - Divulgação Pixabay

Publicado em 06/09/2021, às 11h15   Laiz Menezes


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Salvador registrou um grande crescimento no número de casos de cachorros com cinomose nos últimos meses. A doença é muito grave e, se não tratada, pode levar à morte do animalzinho. Para evitar que mais pets se contaminem, o tutor deve ficar atento às doenças que podem surgir no animal e, para te ajudar, o BNews conversou com especialistas para entender como funciona o vírus e te mostrar o que você deve fazer para se prevenir e evitar que o seu amigo de quatro patas seja infectado.

Especialistas ouvidos pelo BNews explicam que a cinomose é uma doença infectocontagiosa que afeta cachorros e é causada por um vírus da família Paramyxovirus, do gênero Morbillivirus. De acordo com a médica veterinária Miucha Furtado, da Clínica e Hospital 24horas AMA Pets, a doença é altamente contagiosa e costuma acometer cães que ainda não terminaram o esquema vacinal, como filhotes, ou que não costumam receber o reforço anual da vacina múltipla (V8, V10). A AMA Pets registrou um aumento no número de casos da doença na capital baiana de 30% só nas últimas três semanas. 

A especialista explica que o animal pode vir a óbito por ser uma doença extremamente debilitante e que atinge vários sistemas ao mesmo tempo. “A taxa de sobrevivência é baixa tendo em vista o tanto que essa doença debilita os pets”, disse a médica ao BNews. 

O vírus da cinomose canina pode ser transmitido através do contato das secreções de animais doentes, como fezes, urina, saliva, exsudados nasais e oculares. A transmissão pode ocorrer também através do compartilhamento de comedouro/ bebedouro, via transplacentária, principalmente em lugares com uma grande quantidade de animais, como abrigos e canis. Segundo Miucha, a cinomose não é transmitida para seres humanos, nem para gatos. Os seguintes animais podem se infectar com a doença: cães, lobos, chacais, raposas, leões, tigres, leopardos, onças, jaguatirica, furões, lontras, gambás, doninhas, visons e panda vermelho. 

A médica veterinária Ariana Lima, da mesma unidade veterinária, explica que a cinomose, quando não causa a morte do animal, deixa sequelas permanentes que irão afetar a qualidade de vida do cachorro e, às vezes, pode diminuir sua expectativa de vida. 

“O vírus causa um efeito devastador no sistema imunológico do paciente, uma imunossupressão severa, o que facilita a propagação do vírus para vários órgãos. A porta de entrada muitas vezes é o sistema respiratório, por isso notamos secreção nasal catarral, pneumonia; em seguida o vírus atinge o sistema linfóide, e se instala no sistema linfático; posteriormente se dissemina por via sanguínea para os tecidos celulares. Nessa fase observa-se presença de pústulas, hiperqueratose do coxins, plano nasal. Por fim, o vírus atinge o sistema nervoso central, causando um processo chamado de desmielinização, em que o animal apresenta sinais de convulsão, mioclonia e paralisia dos membros pélvicos”, explicou a profissional. Ela destaca ainda que os sinais neurológicos causados pela doença no cachorro são irreversíveis. 

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Saiba se o seu pet está infectado 
Segundo a veterinária Ariana Lima, o diagnóstico para saber se o pet está contaminado pode ser feito através de um histórico, anamnese, e exames laboratoriais. Já a veterinária Miucha Furtado reforça que o cachorro pode mostrar sinais que está infectado com a doença, como  apatia, perda de apetite, diarreia, vômito, febre, secreções oculares (remela em grande quantidade) e secreções nasais, como pus. Além disso, a especialista destaca que esses animais também podem apresentar convulsões, paralisias, tiques nervosos e falta de coordenação. 

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Tratamento do pet com cinomose 
Ainda não existe um tratamento eficaz contra a cinomose canina, são feitas apenas medidas terapêuticas com fluidoterapia, antiemetico, antibiótico e anticonvulsivante. “Muitos cães vêm a óbito mesmo com essas medidas, pois a resposta ao tratamento depende da carga infectante, do poder de virulência do vírus e da resposta do hospedeiro frente ao desafio viral. Não se esqueça que esse vírus causa uma imunossupressão severa”, disse a veterinária Ariana. 

É importante ressaltar que a chave no combate à cinomose, segundo a especialista, é realizar a prevenção através da vacinação, que vai muito além de uma aplicação de um medicamento, mas consiste na avaliação do paciente pelo médico veterinário. Todos os anos nas clínicas e hospitais veterinários, vem sendo notado uma demanda crescente e até mesmo surtos de cães com cinomose. Atualmente, de acordo com especialistas, a capital baiana enfrenta essa realidade e, por isso, o tutor deve manter a carteira de vacinação do seu pet sempre atualizada. 

Classificação Indicativa: Livre

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