BNews Pet

Festa de réveillon gospel em Salvador preocupa ativistas: "tragédia para os gatos de Piatã"

Reprodução/Instagram
Festa de réveillon gospel na Orla de Piatã tem tirado o sossego dos protetores de animais  |   Bnews - Divulgação Reprodução/Instagram
Milena Ribeiro

por Milena Ribeiro

[email protected]

Publicado em 28/12/2023, às 12h45 - Atualizado às 12h45


FacebookTwitterWhatsApp

A realização do evento Réveillon Gospel, que acontece no domingo (31), às 21 horas, na Praça da Orla de Piatã, em Salvador, tem dado o que falar. Isso porque a região já é bastante conhecida por ter uma colônia de gatos. Diariamente, muitos animais são abandonados no local, fazendo com que a região ficasse conhecida como "depósito de felinos".

Inscreva-se no canal do BNews no WhatsApp. 

A colônia de gatos se tornou um grande problema público na capital baiana. Com mais de 300 gatos abandonados, há diversas reclamações de moradores e ativistas por causa dessa situação. 

Dessa vez, os protetores reclamam da realização do evento no local, pois, o barulho e a movimentação intensa dos shows vão, possivelmente, fazer mal aos animais que estão na região. Além disso, os ativistas denunciam que, desde o preparo para receber o evento  no local, vários gatos já foram atropelados.

"Esse evento vai ser uma tragédia para os gatos de Piatã, que já estão morrendo diariamente!", disse o perfil dedicado à colônia, no Instagram, gerenciado pelo protetor Rodrigo Campello.

Ao BNews, Rodrigo ainda detalhou sua análise sobre o evento: "Os gatos são animais sensíveis e territorialistas (por serem felinos é da natureza deles), ao se sentirem ameaçados, eles podem fugir para a avenida e ser atropelado — como muitos já foram. Os caminhões e carretas, que levam os materiais do evento, sobem no passeio onde ficam os gatos, podendo matar ou machucar os mesmos".

"Alguns transeuntes agridem os gatos, como aconteceu com um deles recentemente na Colônia. Além disso, os gatos são sensíveis ao som e podem desenvolver problema devido à perturbação, que leva a um stress e pode causar obstrução urinária, queda na imunidade, que levam a doenças secundárias", acrescentou.

No Instagram, nesta quarta-feira (27), a também protetora de animais, Patruska Barreiro, disparou: "Ontem gatos foram agredidos e mortos! Agora mais festa numa área que está com mais de 500 gatos sem comida, com trânsito intenso de caminhões e banheiros químicos! Quem está organizando quer acabar com a Colônia exterminando os gatos?".

"Por favor, Prefeito, já fomos a diversas reuniões para que haja a requalificação desse local e retirada dos gatos e nada saiu do papel, precisamos que o senhor dê ordem e que cumpram!!! Esses animais dependem de vocês para saírem de lá e para que o local seja requalificado. Os animais pedem SOCORRO!", finalizou.

O influenciador e advogado Filipo fez um vídeo cobrando explicações das autoridades sobre o caso e ressaltou os atropelamentos que já estão acontecendo popr causa da organização do evento.

Rodrigo tem usado o perfil da colônia para comentar sobre o assunto. Nos stories, algumas pessoas relacionadas com o caso tem visto as suas reclamações.

Os organizadores do evento, os cantores que tocarão nele como Lukas Agustinho e Walkiria Nunes, e a Diretoria Animal de Salvador (Dipa) e a secretária da Secretaria Municipal de Sustentabilidade e Resiliência (Secis) Marcelle Moraes, foram os que tomaram conhecimento da instatisfação dos protetores. Apesar disso, nenhum deles comentaram sobre o caso.

Festa de réveillon em Orla de Salvador incomoda ativistas: "tragédia para os gatos de Piatã"

Diante das dificuldades na colônia, Rodrigo comentou: "As autoridades não se movimentam para fazerem absolutamente NADA em relação aos gatos da Colônia". "A prefeitura não tem nenhum programa de castração para gatos da Colônia, o Castramóvel municipal só atende gatos que tenham tutor e com um limite imposto por eles", disse.

Incomodado com a situação, ele ainda acrescentou: "Além disso, não fornecem periodicamente nenhum tipo de atendimento médico veterinário, nunca propuseram realocar esse animais para abrigos, esses animais não recebem nem mesmo a vacinação contra a raiva", contou. 

"Poucas vezes o Centro de Controle de Zoonoses nos forneceu a medicação para tratamento de esporotricose, que é uma doença grave, que pode ser passada aos seres humanos", acrescentou.

Recentemente, com as fortes chuvas que atingiram Salvador, os protetores de animais tiveram que improvisar um local para abrigar alguns felinos, já que, de acordo com eles, não receberam apoio de nenhuma autoridade.

Procurados pelo BNews para saber sobre o Réveillon Gospel, a organização do evento e a Secis ainda não se pronunciaram sobre o assunto. Em caso de resposta, a matéria será atualizada.

Classificação Indicativa: Livre

FacebookTwitterWhatsApp