Vídeo: Bairro de Salvador vira "depósito de gatos" e situação preocupa ativistas

O bairro de Piatã tem se tornado um "depósito de felinos" bastante conhecido pelos soteropolitanos. A região está lotada de gatos abandonados e, apesar da dedicação de alguns voluntários, o problema está longe do fim. Ativistas da causa animal denunciam suposto descaso da prefeitura, mas a Diretoria de Bem-Estar e Proteção Animal (DIPA) rebate e fala sobre planos para resolver a situação.

O abandono de animais no local se tornou o maior problema enfrentado pelos voluntários que cuidam dos gatos da colônia. De acordo com o que disse a voluntária, Márcia Maria Menezes, ao BNews, atulamente tem cerca de 300 gatos espalhados na região.

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Segundo ela, o grupo de voluntários já teve um encontro com o prefeito Bruno Reis (União Brasil), que havia se comprometido a resolver o problema, porém, até o momento, nada foi solucionado.

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Com uma quantidade tão grande de gatos na colônia, Márcia contou que não dá para garantir o bem-estar de todos eles. "Com a aglomeração e gatos abandonados de vários lugares da cidade, a transmissão de várias doenças é inevitável", alertou. "Muitos gatos morrem sem assistência pois não conseguimos acolher todos os doentes. Acabamos priorizando os mais graves, como os atropelados e doenças oculares", contou.

Em vídeos feitos por voluntários, dá para perceber a situação no local. Em algumas dessas imagens, o grupo denuncia tutores que abandonaram seus pets na região. Eles afirmam que a prefeitura deveria colocar seguranças no local.

@bnewsoficial O bairro de Piatã tem se tornado local de "depósito de felinos" bastante conhecido pelos soteropolitanos. A região está lotada de felinos abandonados e, apesar da dedicação de alguns voluntários, o problema está longe do fim. Ativistas da causa animal denunciam suposto descaso da prefeitura, mas a Diretoria de Bem-Estar e Proteção Animal (DIPA) rebate e fala sobre planos para resolver a situação. #gato#tiktoknotícias#bnews♬ som original BNews - Portal de notícias

O grupo de voluntários criou um perfil para os gatinhos no Instagram e publicam fotos dos pets para incentivar a adoção. Além disso, eles também usam a plataforma para pedir doações. 

Apesar da ajuda, os recursos do grupo estão chegando ao fim e a voluntária afirmou a partir desta segunda-feira (12) não teria mais como alimentar os animais. "No momento, estamos sem dinheiro para atendimento e para comprar ração", afirmou. 

No perfil no Instagram, o grupo pede doações para tentar conseguir rações para os animais.

O que diz a DIPA?

A DIPA reconheceu o problema, mas afirmou que, para solucioná-lo, deve haver uma "super ação", envolvendo, inclusive, a população. "É algo que envolve muitas outras esferas, não só a Secretaria de Saúde", explicou a diretora da Dipa, Michelle Holanda. 

Holanda afirmou que o principal problema é a quantidade expressiva de abandonos diários. Porém, negou que a possibilidade de uma segurança privativa para inibir que os tutores deixem os felinos ali iria cessar ou amenizar o problema. 

Michelle explicou que, atualmente, nem a presença da Polícia Militar no calçadão impede que os tutores deixem para trás seus pets. "As pessoas se deslocam um pouco e fazem o abandono, sabendo que os animais vão migrar para lá [colônia]". Para ela, a população precisa se conscientizar sobre o problema. 

A diretora da DIPA ainda disse que muitos tutores não castram suas gatas e quando elas têm filhotes, eles decidem abandonar as crias no local. Para isso, ela pontua: "A castração é sempre a melhor solução". Ela relembrou que a Prefeitura disponibiliza castramóveis, que o processo é gratuito e, para felinos, têm três dias disponíveis: segunda, quarta e sexta-feira.

Ela contou também que a DIPA faz doação mensal de ração para a voluntária Márcia, mas reconheceu que o número crescente de abandonos faz com que, nem sempre, essa ajuda garanta a alimentação de todos. Michelle também afirmou que a DIPA incentiva as pessoas e os grandes comércios à também ajudarem na causa.

Planos da Prefeitura

A diretora contou que a Prefeitura fez uma reunião com uma especialista em colônias, que já retirou colônias do Beach Park e do Maracanã, por exemplo, para que ela auxilie nesse processo de remoção dos animais do local. Porém, a ação, segundo ela, deve ser feita com bastante cautela. 

"Normalmente, quando captura todos os animais, a gente pode ter uma população de outros animais habitando naquele local. Ou os animais felinos migrarem pra lá atraídos pelo cheiro, ou outras espécies, como pombos, tomando conta do local", explicou.

A ideia da Prefeitura é de fazer a retirada dos felinos e realizar uma obra no local para retirar a vegetação que existe ali. A outra possibilidade também é de acionar a Guarda Civil Municipal (GCM) para fazer o monitoramento diário. Segundo Michelle, a ideia é que, após a retirada dos animais, as pessoas não voltem a abandonar mais pets ali. 

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