Gata dá à luz filhote com deformidade em Feira de Santana; fato levanta curiosidade sobre cachorro, mas ciência esclarece

Um caso inusitado chamou a atenção em Feira de Santana, na Bahia. Uma gata deu à luz a filhotes, e um deles nasceu com características que lembravam um cachorro, gerando especulações de que o pai poderia ser um pinscher chamado “Pirulito”. O animal vivia na mesma casa que a gata, no distrito de Humildes, e frequentemente interagia com ela.

De acordo com informações do repórter Gabriel Gonçalves, do site Acorda Cidade, as tutoras acreditavam que as interações entre o cão e a gata eram apenas brincadeiras. “Quando nasceu o primeiro filhote, achei estranho porque parecia muito com Pirulito. No segundo, tive certeza. Foi um choque”, relatou uma das tutoras.

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Apesar da curiosidade que o caso gerou, especialistas já explicaram que é cientificamente impossível que gatos e cães se reproduzam, pois são espécies diferentes com material genético incompatível. A aparência incomum do filhote provavelmente se deve a uma deformidade genética, que pode ocorrer em qualquer gestação, mesmo entre animais da mesma espécie.

Em entrevista ao site Conectado News, o médico-veterinário Thiago Zatti afirmou que, embora possa ocorrer cruzamento entre os animais, especialmente quando criados juntos desde filhotes, a fecundação não é possível devido à diferença entre as espécies.

"O felino e o canino são espécies totalmente diferentes, cada um com sua particularidade fisiológica, anatômica e principalmente genética, e não há relato de nenhuma combinação que leve a uma fecundação entre canino e felino, como acontece com espécies co-irmãs, como o jumento e a jumenta, que geram burros, ou mesmo zebra com cavalo ou jumento. Esses casos envolvem espécies semelhantes na formação e anatomia. Já entre cão e gato, nunca houve comprovação científica da fecundação ou geração de híbridos, a mistura das duas espécies", explicou Zatti.

Ainda segundo o veterinário, mesmo sem comprovação científica de fecundação, é possível, em tese, que o cruzamento aconteça devido ao convívio próximo e estímulos comportamentais, embora isso não leve à geração de filhotes.

Infelizmente, os três filhotes não resistiram e faleceram poucos dias após o parto. O caso, embora intrigante, reforça a importância de basear informações em evidências científicas para evitar interpretações equivocadas.