Como posso me comunicar com meu pet surdo? Especialista explica

Ter um pet surdo em casa ou perceber que, com a chegada da velhice, o animal está perdendo a audição pode ser bastante assustador para alguns tutores. Muitos donos de animais de estimação se questionam qual a melhor forma de se comunicar com esses peludos e se eles conseguem treinar esses bichinhos. O médico-veterinário e adestrador, Henrique Perdigão, respondeu aos questionamentos.

Henrique Perdigão, mais conhecido como Perdiga Vet, pontuou que é possível sim treinar um pet surdo, mas ressaltou que a paciência e o contato visual são os principais pontos de atenção durante esse processo.

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"É importante os tutores de pet surdos saberem que naturalmente, os outros sentidos se tornam mais aguçados e por isso, trabalhar e treinar com estímulos olfativos e de contato visual são premissas fundamentais para os comandos", começou.

A alimentação do animal também é bastante importante no processo de adestramento, de acordo com o adestrador. Para ele, optar, por exemplo, por uma "ração e petiscos com mais cheiro para que possam aguçar ainda mais o faro do animal para ele ir até o seu tutor é uma excelente escolha".

"Nos meus treinamentos, utilizamos 100% do faro para conseguir gerar mais vínculo e afetividade com seu pet. Os estímulos olfativos com a própria alimentação do cão, é ideal para alternar comandos e dar o pontapé inicial nessa jornada com o cãozinho surdo", contou o adestrador.

Perdiga reforçou que o treinamento visual é muito marcante para cães surdos e tende a ter ótimos resultados no adestramento.

"Há pouco tempo, fiz um trabalho na criação de uma associação utilizando um laser para facilitar o animal vir até o dono. Toda vez que o animal ia pra cima do laser, a gente bonifica com um petisco e vai pareando esse comportamento do laser com algo bom de vir até o dono", relembrou o veterinário.

Confira três dicas para treinar o pet:

1 - Logo no início do treinamento visual, saiba que o cão tem que ver qual será a sua recompensa pelo bom comportamento. Assim, o tutor de certa forma induz a realizá-lo;
2 - No segundo momento, um exemplo bacana e simples é o famoso “dar a patinha”. O tutor mostra o petisco, estende a mão e provoca o comportamento dessa ação;
3 - Para finalizar este comando, use o laser, ou um sinal de carinho e logo em seguida ofereça o petisco.

Por fim, ele disse que "quando o cão estiver de costas, deitado ou dormindo, devido à dificuldade do animal prever a aproximação das pessoas, o cuidado tem que ser redobrado para não assustá-lo. É preciso cautela com movimentos bruscos especialmente quando o cão não estiver te olhando".

Confira: