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Caminhoneiros são recebidos por Bolsonaro e aguardam encontro com Rodrigo Pacheco

Marcelo Camargo/Agência Brasil
Os atos entraram no segundo dia com menos força   |   Bnews - Divulgação Marcelo Camargo/Agência Brasil

Publicado em 09/09/2021, às 17h02   Redação BNews


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Mesmo após terem sidos recebidos pelo presidente Jair Bolsonaro (sem partido) nesta quinta-feira (9), no Palácio do Planalto, caminhoneiros afirmaram que não vão se desmobilizar. De acordo com um representante do grupo, Bolsonaro não pediu que eles cessassem a paralisação. Eles agora querem ser recebidos pelo presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (DEM-MG). Após ataques ao STF, Bolsonaro recuou e disse que respeita instituições em nota à nação.

Os atos entraram no segundo dia com menos força. Um boletim divulgado na tarde de hoje pelo Ministério da Infraestrutura mostra que foram registradas manifestações em rodovias federais de 13 estados. No entanto, não há registro de interdições, de acordo com a pasta.

"A gente está aqui manifestando, representando um segmento da sociedade brasileira. A gente estabeleceu uma pauta de entrega de um documento ao senador Rodrigo Pacheco e até o momento não tivemos êxito nisso. Permanecemos no aguardo de ser recebido pelo mesmo. E talvez existam algumas questões sobre quanto tempo vai durar: estamos aguardando sermos recebidos pelo Senador Rodrigo Pacheco. Até que isso seja realizado estamos mobilizados em todo o Brasil", disse Francisco Dalmora Burgardt, o Chicão Caminhoneiro.

Burgardt, que foi candidato a vereador nas eleições de 2020, em Canoinhas, Santa Catarina, também é um dos manifestantes listados em um pedido de habeas corpus protocolado na madrugada desta quinta-feira no Superior Tribunal de Justiça para evitar que apoiadores de Bolsonaro não sejam retirados da Esplanada dos Ministérios.

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De acordo com O Globo, no documento os manifestantes ressaltam que na agenda que desejam encaminhar ao senador Rodrigo Pacheco inclui o desarquivamento e encaminhamento de todos os pedidos de impeachment de ministros do STF e a instauração de um processo de cassação do mandado do senador Davi Alcolumbre (DEM-AP).

O grupo está mobilizado desde a última terça-feira (7), e pedem a destituição de ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) e uma intervenção militar, todas pautas sem previsão da constitucional. 

"Aquilo que vocês ouviram no áudio e que o Tarcísio soltou no vídeo, é a mesma questão. Não mudou nada. Não cabe ao presidente decidir o que eles fazem" disse a deputada Carla Zambelli.

Questionado se o presidente havia pedido para que desmobilizassem, Chicão Caminhoneiro afirmou que não houve apelo. "Não, o presidente não nos pediu nada. Estamos numa visita de cortesia visto que viemos ao Senado e até o momento não pudemos ser recebidos. Como nós estamos mobilizados aqui aproveitamos a oportunidade para estar com o presidente que diga-se de passagem foi muito cordial. E estamos avançando no sentido de construir uma agenda positiva para o povo brasileiro", disse. 

"Não temos nada com relação a preço de combustível nesse momento. Estamos mobilizados pelos direitos de liberdade, de expressão, de manifestação. O povo está sendo impedido de se posicionar em muitas questões e precisamos que isso mude, que a Constituição seja respeitada de forma integral", disse Chicão.

"A nossa pauta nunca foi com o presidente, sempre foi STF via Senado. Que o Senado teria a obrigação de atender e tentar resolver a nossa questão. A insatisfação do povo brasileiro com o Judiciário seria isso. O único poder político foi o Executivo que nos abriu as portas para entender o que estava acontecendo e o por que disso. Porque tem alguns elos inclusive da imprensa que estão dizendo que nossa pauta é contra o presidente", disse outro porta-voz do grupo, Cleomar José.

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