Cidades

Elevador Lacerda: usuários reclamam de filas, calor e comparam serviço a inferno

Publicado em 13/04/2016, às 13h02   Vinícius Ribeiro (Twitter: @vin_ribeiro)


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Se para os turistas que chegam a Salvador o Elevador Lacerda é considerado um cartão de visitas, certamente muitos não levam consigo boas recordações da capital baiana. Isso porque um dos principais atrativos da cidade continua deixando a desejar em seu serviço prestado. O uso reduzido das cabines em vários momentos é apontado pela população como responsável pela formação de longas filas, que submetem crianças, adultos e idosos à espera e calor ocasionado pela ventilação precária na área interna.

Para a auxiliar administrativa Adriana Oliveira, de 29 anos, a situação é frequente e traz transtornos aos que precisam do serviço. "Só estão funcionando duas cabines terríveis, com um calor insuportável", criticou.

Dependente do serviço de mobilidade que liga as cidades alta e baixa, o supervisor de hotel, Jaime Sobral, 47, também elegeu o calor e a longa fila como problemas crônicos do Lacerda. "O calor aqui é desumano. Alguém deveria ver esta questão da quantidade das cabines funcionando, que gera longas filas", disse.  

Às 14h de terça-feira (12), em meio a uma dupla fila desorganizada em que as pessoas não escondiam a indignação, uma ambulante que preferiu não se identificar esbravejava contra o descaso. "Lá em cima eles ficam batendo papo, com duas cabines paradas, e a gente aqui nesse inferno", denunciou.

Uma equipe do Bocão News voltou ao local na manhã desta quarta-feira (13) e constatou duas cabines funcionando no serviço que custa R$ 0,15 ao usuário.

Política de abandono

Presidente da Comissão dos Direitos do Cidadão na Câmara Municipal, o vereador Everaldo Augusto (PCdoB) condena a situação imposta aos usuários do Elevador Lacerda. Segundo ele, a forma de gestão do equipamento é semelhante a que foi realizada na Estação da Lapa. 

"Nos faz lembrar a mesma atitude desse poder municipal durante anos na Lapa. É um abandono total, falta de investimento, desrespeito completo ao cidadão, ao usuário do equipamento, que é submetido a condições desumanas de espera, de calor, de falta de conforto e insegurança", pontuou em conversa com o site.

Ainda segundo Everaldo, o custo de manutenção do equipamento é irrisório para justificar uma, duas, ou até três das quatro cabines paradas, sobretudo, em horários de grande contingente.

"Essa administração que está aí não faz por uma decisão política de abandono total, para depois justificar a privatização", disparou.

O secretário municipal de Mobilidade Urbana, Fábio Mota, rebateu as críticas e afirmou ao Bocão News que os episódios desta semana surgiram por conta de serviços de manutenção periódicos realizados nas cabines. Na segunda-feira (11), de acordo com ele, o problema foi causado por uma cabine quebrada.
O titular da pasta ainda garantiu que todas as cabines estavam em pleno funcionamento nesta manhã, apesar de nossa reportagem, in loco, verificar que apenas duas estavam em operação.   

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