Cidades

Contrato “obscuro” entre Transalvador e Martins e Néri é novamente questionado

Publicado em 14/04/2016, às 09h33   Redação Bocão News (Twitter: @bocaonews)


FacebookTwitterWhatsApp

Já está disponível a edição desta quinta-feira (14), do jornal da Metrópole. Entre os destaques, está uma reportagem sobre um contrato de R$ 28,8 milhões firmado entre a Superintendência de Trânsito de Salvador (Transalvador) e a empresa Martins e Néri, para “adequação tecnológica” da autarquia.
“Em publicação no Diário Oficial do dia 14 de dezembro de 2014, a Superintendência de Trânsito do Salvador (Transalvador) anunciou que procurava uma empresa para “prestação do serviço especializado, com disponibilização de material, para adequar tecnologicamente a Transalvador, para compor o Núcleo de Operações Integradas”. Menos de um mês depois, no dia 28 de janeiro de 2015, a Prefeitura anunciava a vencedora do processo: a Martins e Néri, empresa de soluções em informática, contratada por R$ 28,8 milhões, por quatro anos. Após uma brevíssima explicação sobre quais serviços seriam executados pela vencedora, o alto valor pago virou fruto de especulação: o que de importante seria executado pela empresa para fazer valer o montante pago pela administração municipal?”, diz trecho da reportagem.
Ainda segundo a publicação, apesar da Prefeitura de Salvador considerar o gasto de R$ 28,8 milhões normal, outras prefeituras, como a de Porto Alegre, optaram por uma modernização que, embora modesta, trouxe grande economia para os cofres da décima maior cidade do país.
O jornal explica que a aposta foi em uma parceria com o Detran do Rio Grande do Sul para desenvolver o próprio sistema, que conta com o talonário eletrônico. Com a escolha, não houve gastos com a contratação de uma empresa e nem mesmo com a compra dos telefones e tablets: coube ao município apenas o pagamento dos custos à operadora de celular. 
“O modelo que estamos utilizando hoje é através da contratação da transmissão de dados, com uma empresa de telefonia celular, com o comodato dos aparelhos”, explica o coordenador de monitoramento de trânsito de Porto Alegre, Paulo Ramires. De acordo com o coordenador, três empresas apresentaram projetos, mas a administração municipal, que pretende ampliar o sistema, optou pela redução de custos.
Questionado se os serviços oferecidos tornam justificáveis o pagamento de R$ 28,8 milhões à Martins e
Néri, Fabrizzio Muller jura que sim.
“Sistemas de videomonitoramento, autuação por videomonitoramento, uma série de sistemas e integra-
ção de sistemas já existentes. Inclusive, recebi várias propostas de outras empresas que têm equipamentos e serviços muito inferiores e com valores maiores, então, o valor [da Martins e Néri] está muito adequado e dentro do mercado”, diz, ressaltando que recebeu uma proposta 20% maior e que não atendia as necessidades do atual contrato.
Apesar do exemplo de sucesso e baixo custo de Porto Alegre, segundo o superintendente da Transalvador, Fabrizzio Muller, apenas a criação de um software não resolveria o problema de Salvador. “A gente não desenvolveu apenas o talonário. Ele é uma das ferramentas desse sistema, é um complemento. Nós temos o Núcleo de Operação, que é a central com diversos sistemas. Então, não seria viável e a própria Prefeitura não tem mão de obra especializada para isso”, afirmou ao Jornal da Metrópole.
Ainda segundo o jornal, questionado, o superintendente da Transalvador, Fabrizzio Muller, afirmou que o valor é “totalmente justificável”, já que a empresa foi responsável pela montagem e manutenção do Núcleo de Operações Integradas da pasta, além de ter instalado o serviço de talonário eletrônico, aposentando as antigas multas via papel. Apesar do histórico de trabalho com a administração pública, a Martins e Néri se mostra bem modesta, funcionando em uma sala no edifício Redenção, na Avenida Tancredo Neves. Procurada inúmeras vezes, a Martins e Néri não respondeu as solicitações do jornal.

Classificação Indicativa: Livre

FacebookTwitterWhatsApp