Era uma manhã de terça-feira, dia 20 de junho, quando a jovem Evellin Costa, grávida de 37 semanas e já no Centro Obstétrico resolveu gravar, juntamente com a amiga Karoline Pereira, um vídeo fazendo a coreografia do hit Despacito, do cantor porto-riquenho Luis Fonsi. O momento aconteceu na Maternidade de Referência Prof. José Maria de Magalhães Netto, no Pau Miúdo, com consentimento da equipe assistencial, e viralizou na internet após Evellin postar a gravação em uma rede social. Foram mais de 1 milhão de visualizações em apenas 48h.
A proposta era usar a dança para acelerar o processo de dilatação completa do colo do útero (10 cm), para que o bebê pudesse nascer. “37 semanas, 7 centímetros de dilatação e nada de Nicole sair. O que tem para hoje? Despacito pra ver no que vai dar. Dançando Despacito para ver se chega aos 10 centímetros”, postou a jovem de 24 anos, moradora de Madre de Deus.
Karine Valverde, diretora administrativa da maternidade, explica que a unidade hospitalar dá para as gestantes a liberdade de escolher a melhor posição para o parto, conforme as diretrizes do parto humanizado “Preconizamos que a mulher seja protagonista e não coadjuvante desse processo.”
Dança X Aceleração do parto
De acordo com o enfermeiro obstetra Nadson Brasil, não só a dança, como vários outros exercícios que são estimulados pelos protocolos de boas práticas, nos quais a mulher mantenha o corpo na posição vertical, facilitam a descida do bebê pela pelve materna.
A ginecologista e obstetra Hileia Ferreira complementa: “A dança junto com a musicalidade de certa forma traz esta proposta de verticalização, de respiração, de concentração, de superação e encorajamento, tudo que a parturiente precisa no momento do trabalho de parto”.
Para Ferreira, a dança faz com que as contrações se tornem mais efetivas e favorece a rotação interna do bebê, evitando um trabalho de parto prolongado ou difícil, que pode gerar mais desconforto para as pacientes e indicações de cesarianas.
