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Após invasão de fazendas, Prefeitura de Correntina defende diálogo e critica criminalização de manifestantes

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Nesta sexta, prefeitura e governo do Estado se reúnem para discutir a ação dos ribeirinhos   |   Bnews - Divulgação Reprodução

Publicado em 09/11/2017, às 19h58   Tamirys Machado


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Em nota, a prefeitura do município de Correntina, Oeste do estado da Bahia, se manifestou sobre a ação dos ribeirinhos que, em protesto, invadiram duas fazendas e destruíram uma área agrícola, chegando ao prejuízo de R$60 milhões. A gestão municipal condenou a criminalização dos manifestantes e defendeu o diálogo entre o povoado e os donos das fazendas do grupo Igarashi e Curitiba. 


“Lamentamos que lideranças importantes de nossa região não tenham dada a devida atenção ao problema de fato. Ao invés disso, o caminho seguido foi da criminalização da manifestação popular, chegando ao ponto de colocar os ribeirinhos, homens e mulheres do campo, na mesma vala dos bandidos e terroristas - o que não podemos concordar porque conhecemos a realidade do povo de nossa terra e o legado em defesa da preservação dos rios. Informamos que não concordamos com a destruição de propriedades como forma de solução para os problemas, mas fechar os olhos para os conflitos envolvendo a situação hídrica da região é no mínimo uma irresponsabilidade”, diz trecho da nota.  


No último dia 2 de novembro, dezenas de agricultores e pecuaristas, que residem ao longo do Rio Arrojado, nos povoados de Praia, Arrogeando, São Manoel, entre outros, entraram no local para protestar contra os prejuízos que suas propriedades estariam tendo com a captação de água para o sistema de irrigação da empresa. A maioria está a aproximadamente 40 quilômetros da nascente do rio. O grupo argumenta que a irrigação feita nas fazendas causa falta de água e queda de energia na região. Durante o protesto, os populares colocaram fogo em máquinas, galpões, equipamentos agrícolas e destruíram o sistema de captação que retirava água diretamente do leito do rio para irrigação das plantações. 


A prefeitura pontuou que reconhece “a importância das agroindústrias como fomentadoras do desenvolvimento econômico do município e também sabemos da relevância social das pequenas propriedades rurais que têm uma ligação cultural e histórica com os rios. Defendemos que o diálogo deve ser mantido para solucionar o conflito existente, assegurando a paz, a segurança e a preservação do meio ambiente”.


Ainda segundo a gestão de Correntina, o prefeito tem “tem buscado, por meio do diálogo, soluções para os problemas ambientais enfrentados pela população”. 


De acordo com a prefeitura já houve reunião com o ministro do Meio Ambiente e Recursos Naturais, Sarney Filho; ca diretora do Instituto Estadual do Meio Ambiente e Recursos Hídricos (INEMA), Márcia Telles, e com o secretário do Meio Ambiente do Estado da Bahia, Geraldo Reis, para tratar sobre o tema. Nesta sexta-feira (10) haverá uma reunião como governo do Estado. “Vamos discutir a adoção de ações governamentais para diminuir a tensão envolvendo os ribeirinhos e as empresas do agronegócio. Recebemos também o sinal verde para que possamos mediar uma reunião com os representantes dos ribeirinhos e o governador para que possam apresentar as reivindicações e projetos voltados para preservação dos rios e os demais recursos naturais da região”.


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