Cidades

Moradora de Rio Real denuncia serviço de transporte utilizado pela Secretaria municipal de Saúde

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Segundo o secretário de Transportes do município, o motorista contratado não teve como pegar a mãe e o bebê e, para ajudá-los, chamou um Uber  |   Bnews - Divulgação Reprodução/ Google Maps

Publicado em 20/05/2019, às 23h23   Márcia Guimarães


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A dona de casa Patrícia Santos, 25 anos, esteve em Salvador na última semana para levar o filho de oito meses ao Martagão Gesteira para fazer exames cardiológicos. Eles são de Rio Real (BA) e vieram com o carro da prefeitura, mas passaram por momentos complicados na capital baiana.

Ela relata que, quando estavam prontos para ir para a pousada custeada pela prefeitura, tiveram que esperar mais de três horas para o carro alugado pela gestão municipal pegá-los na porta do hospital. Com fome e com o bebê e sacolas nos braços, a mãe ficou sem ter onde se abrigar após o fechamento da unidade de saúde, enquanto aguardava o veículo chegar. 

Durante esse período, ela ligou algumas vezes para a responsável pelo transporte na prefeitura e para o motorista. “Pouco depois das 18h, o motorista chegou com o carro plotado pela Secretaria Municipal de Saúde de Rio Real. Estávamos do outro lado da rua porque o hospital já tinha fechado. Quando ele chegou, já começou sendo agressivo, não botou cinto no bebê conforto e veio falando: ‘você já ligou pra sua amiguinha, não foi?’. Aí eu disse que, pela demora, já teria dado tempo de ligar até pro Carroça [prefeito]. Ele gritou que não daria em nada”, contou Patrícia ao BNews

Ela disse que já havia um passageiro no banco da frente e estranhou quando o motorista disse que não tinha obrigação de discutir com ela na frente de um cliente. “Só então percebi que ele estava fazendo corrida de Uber e vi o celular com o aplicativo funcionando. Só que ele estava com o carro plotado pela Secretaria. Eu não falei mais nada e ele me deixou na pousada”, destacou a dona de casa.

Segundo o secretário de Transportes de Rio Real, José Emerson Alves, há um carro de apoio da prefeitura que roda em Salvador para ajudar os pacientes da cidade que precisam fazer exames e tratamentos na capital baiana. Ele alegou que o motorista contratado não teve como pegar a mãe e o bebê e, para ajudá-los, chamou um Uber. 

Sobre as questões do tratamento inadequado e do carro estar plotado com a identificação da Secretaria de Saúde rodando por aplicativo, ele disse que irá apurar a situação, pois isso não é permitido. Quanto à questão do atraso, ele afirmou que pode acontecer por problemas com o veículo ou com o trânsito.

O organizador dos motoristas que prestam o serviço em Salvador para a prefeitura, José Machado, informou que tem um carro locado para a gestão municipal de Rio Real, recebe as demandas nas segundas, quartas e sextas-feiras e distribui aos condutores, que irão pegar as pessoas, levá-las aos hospitais e deixá-las nas pousadas ou no ônibus da prefeitura. Já nas terças e quintas-feiras, a equipe apenas pega os resultados de exames.

“Pedi a um amigo que roda Uber para pegá-la e, para não receber multa e conseguir entrar no hospital, botei a plotagem no carro dele. Conversei com ele e não teve destrato nenhum. Ela já tem costume de fazer denúncias mentirosas. Não tinha obrigação nenhuma, fiz de coração, paguei o motorista. O errado foi o carro que a deixou no hospital quando ela chegou e não ficou acompanhando”, se defendeu Machado.

Patrícia destaca que se sentiu humilhada. “Foi uma situação horrível! É o meu direito utilizar o carro da secretaria em Salvador, pois a população de Rio Real é quem paga esse serviço. É preciso que eles prestem um serviço de qualidade e tenham respeito, pois saímos do município porque não temos essa estrutura de saúde lá”, finalizou a dona de casa. 

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