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Camaçari: PF conclui inquérito e suspeitos de extração de areia em dunas viram alvos da Justiça

Arquivo Pessoal / AVP
Caso foi denunciado ao BNews por representantes da AVP, em agosto de 2017  |   Bnews - Divulgação Arquivo Pessoal / AVP

Publicado em 06/08/2019, às 11h50   Adelia Felix


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A Polícia Federal (PF) já concluiu o inquérito civil que investigava denúncias de extração ilegal de areia em uma Área de Proteção Ambiental (APA), localizada nas dunas de Jauá e Abrantes, em Camaçari, na Região Metropolitana de Salvador. À reportagem, a assessoria da PF informou que a Justiça já instaurou uma ação penal na 17ª Vara Federal. Ainda de acordo com a polícia, “há outras investigações que compreendem a mesma área, inclusive com indiciamentos dos responsáveis já identificados”.

O caso foi denunciado ao BNews por representantes da Associação dos Moradores da Rua Aquarius e Via Parque (AVP), em agosto de 2017. Segundo a presidente da entidade, Ana Maria Mandim, uma área de mais de 1 km² já foi atingida pela extração ilegal de areia.

Informações obtidas pela reportagem apontam que um dos principais suspeitos do crime ambiental é conhecido como “dono de Jauá” e atua no ramo da construção civil. A extração é feita pelo menos desde a década de 80. Ele é suspeito de repassar a areia extraída das dunas para a esposa e o cunhado, proprietários de uma loja de materiais de construção, localizada no bairro de Tancredo Neves, na capital baiana.

Em grupo no WhatsApp, o suspeito e outros caçambeiros trocam informações sobre a movimentação das viaturas das Polícias Militar e Civil e rotas. Informações apuradas pela reportagem apontam, inclusive, que os suspeitos, tinham um informante na 26 ª Delegacia de Camaçari, que avisava aos envolvidos no esquema sobre as ações policiais. A reportagem tentou durante mais de um mês contato com a assessoria da Polícia Civil, mas não teve nenhum retorno. 

Implantação do Parque Municipal
A implantação do Parque das Dunas de Camaçari será discutida durante audiência pública, no Teatro Alberto Martins, na Rua Eixo Urbâno Central, Centro, na manhã do próximo dia 13, às 9h. 

À reportagem, o secretário de Desenvolvimento Urbano e Meio Ambiente (Sedur) de Camaçari, Genival Seixas, explicou que o parque já foi criado por meio de decreto no ano de 1977. “Com as novas leis ambientais, nós resolvemos enquadrar na nova legislação. O parque sofreu, ao longo do tempo, invasões e depredações. Foi implantado só no papel. Eram quase 700 hectares e foram perdidos quase 300. Hoje, a nova poligonal (área) é de 409,20 hectares”, explicou.

O secretário também informou que o projeto de lei que determina a efetiva implantação do parque será enviado à Casa Legislativa após a finalização de todas as discussões. “Com a Câmara aprovando, a gente tem que correr atrás de recursos, com Governo Federal e Estadual, para que realmente possa proteger o parque. Se não, fica só no papel. Eu digo que isso não é o fim do processo, é o início”.

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