Conjuntura Atual

O efeito João Roma na queda de Lucas Lobão no DNOCS

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Bnews - Divulgação Arquivo Pessoal

Publicado em 21/09/2021, às 20h47   Luiz Fernando Lima


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O argumento para a saída de Lucas Lobão da coordenação estadual do Departamento Nacional de Obras contra as Secas (Dnocs) na Bahia foi o relatório da CGU que apontou um sobrepreço de quase 200 mil reais na compra de reservatório de água. A aquisição destes 470 mil reservatórios de polietileno aconteceu em 2020. A divulgação do relatório foi em maio e queda aconteceu nesta semana.

Reservado

A saída, no entanto, tem outra motivação, conforme os bastidores políticos da Bahia. A mudança aconteceu para que o ministro da Cidadania, João Roma (Republicanos), possa ter mais controle sobre a importante coordenação. É aquela coisa, quem indica o cargo ouve o pedido e recebe o dividendo. Vale ressaltar que Lobão foi indicado pelo vereador Alexandre Aleluia que também é bolsonarista.

Farinha pouca 

O vereador Aleluia é pré-candidato a deputado federal, a esposa de João Roma, Roberta Roma, também é. Ambos disputam a preferência do naco bolsonarista e, na política, a regra é clara: farinha pouca, meu pirão primeiro.

Pressão

Vale destacar que não raros são os casos de relatórios com supostos sobrepreço na compra das mais diversas “coisas” da gestão pública. O governo Bolsonaro não costuma também afastar quem é acusado de desvio, desmando, inaptidão ou algo que o valha. Lobão está longe de ser condenado, portanto, a decisão para a retirada foi política. Se não exclusivamente, essencialmente.

Amigos

Lobão conseguiu reunir um time de peso para defender a sua volta ao cargo. Não se sabe se haverá clima para isso, mas o time é composto por quadros de proeminentes da política baiana. O deputado federal Cacá Leão (Progressistas), o estadual Júnior Muniz, o próprio Aleluia.

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A vergonha

O ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, mostrou o “dedo do meio” para um manifestante em Nova Iorque, na noite de segunda-feira (20), véspera do pronunciamento do presidente Jair Bolsonaro na assembleia geral da ONU. Ora, este gesto, tão comum, quase que um xingamento sonoro correspondendo a “vai se f…. ou um vai tomar no ….”, não é algo inesperado de um representante de governo que é conivente com ações e inações que podem ter gerado a morte de milhares de pessoas. O dedo em riste é mais um espasmo gosmento de quem assiste, com pizza nas mãos, ao estrangulamento de uma nação.

Desavergonhado

O discurso do presidente Jair Bolsonaro na Assembleia Geral da ONU deveria ser esquecido rapidamente. O problema é que nada indica que os seus seguidores pensam deste jeito. Para uma parcela, cada vez menor, da população brasileira, o presidente fala a verdade sem tirar e nem por nada. Na distopia não existem limites.

Coisa pouca

O secretário da Segurança Pública da Bahia, Ricardo Mandarino Barreto, está longe ser um interlocutor assertivo nas declarações. Passa muito longe de escolher bem as palavras em um contexto que não é simples. A violência na Bahia parece sem limites. Não dá para tapar o sol com a peneira e negar isso é uma irresponsabilidade. Falta ao Estado, nacional, estadual e municipal, um plano de segurança sério e exequível. Não existe isso até o momento.

Microponto

Agora, o secretário traz uma série de apontamentos e tem gente que foca somente naquilo que se diz sobre a descriminalização das drogas. É óbvio que já passou da hora de se debater este tema com responsabilidade no Brasil. O mundo já percebeu isso. Só não vê quem está com a cabeça afundada na terra plana.

Efetivo

Outra observação relevante é que o efetivo policial em nada tem a ver com a morte de policiais. Não adianta colocar seres humanos para travarem uma verdadeira guerra sem equipamento, treinamento e apoio da sociedade. Para se ter este último é fundamental mudar a forma como as policias atuam. Este é um nó que precisa ser desatado também pela sociedade civil.

Suspensão

O deputado Capitão Alden foi suspenso por 30 dias. Chamou a atenção dos pares que o parlamentar nem se deu ao trabalho de aparecer na sessão desta terça-feira (21), na qual foi votado o seu processo. Parlamentares querem garantir que a punição não pareça férias e se dizem, outra vez, ofendidos por mais esta falta do legislador.

Vacinação 

Líderes da bancada de Maioria e Minoria fecharam um acordo para votar o projeto que obriga servidores e comissionados do estado a se vacinarem. Esqueceram de combinar com o deputado Prisco. O soldado bateu o pé e deixou o clima pesado no plenário, de modo que os parlamentares resolveram retirar a matéria de pauta e debater o assunto nos bastidores. A deputada Talita deve ter aprovado a intervenção de Prisco!

Classificação Indicativa: Livre

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