Coronavírus
Publicado em 29/03/2020, às 18h15 Eliezer Santos
Ordem e Progresso não são coisas da nossa rotina. A pandemia do novo coronavírus comprovou e alargou essa constatação. Inicialmente o impacto social do Covid-19 está apenas no impedimento de tocar a vida como antes. Em um sentido figurativo, a crise não bagunçou nossa vida como sociedade brasileira, ela apenas acendeu uma luz e mostrou a bagunça onde vivemos.
Um lugar onde as autoridades desconhecem seus deveres, onde a ciência é tratada como coisa menor e a vida humana concorre com a saúde da economia em pé de igualdade.
Ainda estamos sob o manto da polarização eleitoral e reduzimos o drama de saúde pública a um Fla-Flu político da pior qualidade. Em outra frente, vagamos à procura de sensatez e bom senso.
O assunto pandemia passeia em extremidades, ambas obviamente perigosas. Em uma ponta está a visão apocalíptica, numa perspectiva que rende louros ao business religioso [basta um passeio rápido no Youtube – é cada aberração], na outra está a negligência dos que desrespeitam, à luz do dia, as recomendações das autoridades sanitárias quanto ao isolamento social.
Nesse interim, cabem memes, senso comum, fake news e um tanto de coisas que ampliam a sensação de que continuamos perdidos.
Amenizamos o desconforto do jeito que dá. Da janela, cantamos, aplaudimos, oramos, batemos panelas e o que mais surgir.
Tudo bem que gigantes, como o novo coronavírus, conseguem provocar o efeito reverso de unir as pessoas em torno de uma causa e também afloram os atos de solidariedade que ajudam a abrandar os estragos.
Há, porém, uma mensagem mais profunda a ser compreendida sobre as responsabilidades individuais e coletivas em perseguir os ideais inscritos na bandeira nacional.
Por ora, ainda não assimilamos o golpe.
*Eliezer Santos é jornalista, escritor e coeditor do BNews
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