Coronavírus

Funcionários de empresa de telemarketing denunciam descaso em meio à crise do coronavírus

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No local, segundo os funcionários, transitam mais de 3 mil trabalhadores, sendo que ao menos 300 deles ficam em salas separadas por baias  |   Bnews - Divulgação Reprodução/Leitor BNews

Publicado em 18/03/2020, às 19h04   Luiz Felipe Fernandez


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Os funcionários da Liq Call Center, antiga Contax, empresa de Telemarketing que tem unidades na Boa Viagem, em Salvador, e em Lauro de Freitas, alegam que não estão sendo adotadas as medidas necessárias para prevenção do novo coronavírus. Na manhã desta quarta-feira (18), diversas denúncias chegaram ao BNews, relacionadas à falta de álcool em gel e higienização dos ambientes de trabalho.

No local, segundo os funcionários, transitam mais de 3 mil trabalhadores, sendo que cerca de 300 deles ficam em salas grandes, separadas por baias. Esta separação não seria suficiente para evitar o contágio do Covid-19. Apenas pessoas em situação de risco, como gestantes, funcionários acima de 60 anos e aqueles que apresentaram sintomas de gripe, foram liberados. 

Um dos relatos, diz que foi disponibilizado 250ml de álcool em gel na entrada da empresa, mas que não foi suficiente para atender a demanda. O BNews tentou entrar em contato com a assessoria da Liq, mas até o fechamento da matéria não obteve resposta - as ligações não foram atendidas e o e-mail enviado não foi respondido.

Os funcionários afirmam que a empresa chegou a fazer entrevistas nesta terça-feira (17) para avaliar a situação e informou que caso ela seja agravada, podem liberá-los para ficar em casa.

"Sou funcionária da empresa LiQ, venho aqui para tentar ter algum apoio em relação ao que estamos vivendo. Após tudo que estamos vendo e ouvindo falar sobre o coronavírus a empresa não toma um posicionamento em relação à proteção dos colaboradores [...] Peço que não deixem isso chegar ao extremo, temos contato direto com várias pessoas, será necessário esperar o pior acontecer ou melhor prevenir antes?", questionou um dos funcionários de telemarketing.

Outra reforça que os ambientes de trabalho estão "mal higienizados", e que a proximidade entre as baias e o compartilhamento de equipamentos torna "impossível" não ter contato com colegas do setor.

"Continuamos a trabalhar em situações de ambientes mal higienizados, onde pessoas estão sempre muito próximas umas às outras, usando os mesmos equipamentos todos os dias, onde (sic) tambem é impossível não haver contato, sendo pressionados a trabalhar sem melhora e sem posição alguma da empresa [...] Nenhum plano de contigencia foi adotado, será mesmo que o caos vai ter que chegar ,pessoas vão ter que pagar um preço que não é nosso para isso", relata outro trabalhador.

O Sindicato dos Trabalhadores em Telecomunicações do Estado da Bahia  (Sinttel) se manifestou por meio de nota enviada à imprensa, informando que encaminhou às empresas um ofício com recomendações do Ministério Público do Trabalho e da Saúde. Entre as medidas está o pedido de implantação de "lavatórios com água e sabão", álcool 70% ou semelhantes, além de adotar "política de flexibilidade de jornada" e seguir os planos de contingência das autoridades.

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