Coronavírus

Aliado de Bolsonaro, Major Olímpio vê solidão e dispara contra Eduardo após ataque à China

Fabio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil
Senador, líder do PSL na Casa, acredita que grupos estão se distanciando do presidente e rechaça polêmica com governo chinês  |   Bnews - Divulgação Fabio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil

Publicado em 20/03/2020, às 13h33   Redação BNews


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Líder do PSL no Senado e aliado fiel de Jair Bolsonaro, Major Olímpio vê o presidente cada vez mais isolado, principalmente após o recente ataque do seu filho, o deputado federal Eduardo Bolsonaro, ao governo chinês. O filho 03 do presidente acusou o governo chinês de disseminar o novo coronavírus.

Segundo Olímpio, o presidente precisa colocar o filho de "quarentena", para que deixe de causar problemas para o Governo Federal. O senador lembrou que a China é um importante parceiro comercial do Brasil e definiu o ataque do deputado federal como a "comunhão do inútil ao desagradável". Para ele, se não fosse o parentesco com líder principal do Executivo brasileiro, seria apenas uma "idiotice de um parlamentar exaltado".

"Essa manifestação do Eduardo Bolsonaro em relação à China é a plena comunhão do inútil ao desagradável. Não contribui em nada. É apenas ilação. Não fosse filho de presidente, seria só idiotice de um parlamentar exaltado, sem informação [...] Acaba tendo toda essa conjuntura até de crise diplomática entre os dois países. E a China é a principal parceira comercial do Brasil. Não são os EUA. Troca de desaforo entre embaixador e Eduardo mostra que o presidente está errado no pressuposto de que seus filhos podem imaginar que são apêndice do mandato do pai. Quem tem mandato como chefe do Executivo é o Jair", justificou em entrevista ao Congresso em Foco, do UOL.

Olímpio reforçou que o próprio PSL pediu desculpas à China, assim como os presidentes da Câmara e do Senado, Rodrigo Maia (DEM) e Davi Alcolumbre (DEM). Na sua visão, a teoria de que o próprio governo disseminou a doença é "coisa de imbecil".

De acordo com Major Olímpio, estas e outras polêmicas tem feito grupos políticos aliados ao presidente se afastar. Ele cita grupos que estão insatisfeitos com o não cumprimento de promessas de Jair Bolsonaro, como a bancada ruralista, da bala e evangélicas. Em meio a perda de apoio, é importante "ligar o alerta" para o governo não afundar.

"Esse isolamento que tenho sentido em relação aos próprios profissionais da segurança pública. Nos grupos de caçadores e colecionadores de armas, criou-se um distanciamento do presidente, mesmo com mudanças na legislação. Esses caras foram grandes apoiadores, hoje nesses grupos de colecionadores está todo mundo reclamando, dizendo que esperavam mais em relação ao presidente. O policiais nos estados, as guardas municipais, o sistema prisional, todos esperavam mais, queriam atitudes e investimentos concretos. O distanciamento da bancada da agropecuária é bom sinal de alerta para o presidente. Outro grupo muito forte de apoiamento ao presidente, os evangélicos, já está bastante dividido. É para ligar o alerta", avisa.

Olímpio reconhece que há o risco no futuro de um impeachment e descarta a possibilidade de Bolsonaro renunciar. Ele acredita que ainda não existe "requisito" para provocar a saída do presidente, mas que é preciso ter atenção para "não deixar casca de banana" no próprio caminho.

"No papel está escrito pedaladas fiscais, mas pegaram a Dilma pelo conjunto da obra. Não deixa de ser avaliação política. Temos de ter todo cuidado do mundo para não deixar casca de banana no caminho do presidente e torcer para ele mesmo não jogar casca lá na frente onde vai andar", argumenta.

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