Coronavírus

Imprensa supera WhatsApp e Youtube no debate sobre coronavírus na última semana, conclui FGV

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Levantamento destaca que interações de apoiadores do do governos no Twitter oscilaram entre 6% e 8% em debates sobre a covid-19   |   Bnews - Divulgação Reprodução

Publicado em 26/03/2020, às 10h50   Marcos Maia


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Um levantamento realizado pela Fundação Getúlio Vargas (FGV) revela que a imprensa tradicional ganhou espaço no debate sobre o novo coronavírus, superando plataforma como YouTube e WhatsApp – fontes de maior propagação de boatos e mentiras sobre a doença.

Segundo documento divulgado pelo Sala de Democracia Digital do órgão ao longo da última semana, houve queda de engajamento em desinformação tanto na plataforma de vídeos, quanto no aplicativo de troca de mensagens instantâneas.

“Dentre os vídeos mais assistidos do Youtube no período, quase todos são de veículos jornalísticos, e mesmo em grupos políticos do WhatsApp o link mais compartilhado nos últimos sete dias foi a plataforma brasileira coronabr.com.br, de auxílio diagnóstico”, acrescenta.

A FGV destaca que o grupo de apoiadores do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) manteve baixo volume de interações no Twitter na última semana, oscilando entre 6% e 8% das discussões sobre a covid-19.

Por outro lado, a produção de conteúdo que responsabiliza a China pela pandemia por parte de influenciadores alinhados ao ideólogo, e guru do governo, Olavo de Carvalho.

De acordo com a pesquisa, esse material circula sobretudo no WhatsApp e consiste no recorte temático que atualmente gera o maior engajamento da direita nas redes quando o assunto é o vírus.

China

Por meio do aplicativo de mensagens, o vídeo do YouTube mais compartilhado foi em 153 grupos públicos analisados foi o “A culpa é da China – Ponto Final”, do youtuber expoente da nova direita, Bernardo Kuster.

Em seguida surgem “Casal em Supermercado tenta comprar todo estoque de Álcool em Gel”, do canal Boletim Filtrá, e a live realizada pelo biólogo, pesquisador e divulgador científico Atila Iamarino no último dia 20 de março intitulada “O que o Brasil precisa fazer nos próximos dias”.

Em uma semana, a Sala de Democracia digital contabilizou 2,2 milhões de tweets relacionados ao embate diplomático provocado pelo deputado federal Eduardo Bolsonaro com a China. A Sala de Democracia Digital da FGV chegou a essas conclusões a partir da análise de 42 milhões de publicações na rede social, realizadas entres os dias 12 e 24.

"Desde o fim da última semana, mantém-se oscilando em 4,5 milhões de menções/dia no Twitter ao coronavírus no Brasil, com destaque a pautas sobre quarentena, ação política, cuidados de higiene e de manifestações a favor e contra o governo — os “panelaços”, que, até agora, estão em vantagem para grupos de oposição a Bolsonaro na disputa digital por engajamento", informa o documento.

Outras Redes

Já no Facebook, o debate referente ao coronavírus obteve um aumento significativo, com os 280 links de maior engajamento registrando, somados, 80.394.558 interações.

"O link mais compartilhado focaliza as rigorosas medidas de quarentena e isolamento impostas pelo governo chinês e, consequentemente, a redução drástica dos casos de transmissão", informa.

As respostas do governo ao impacto econômico da pandemia constituem outro eixo relevante apontado pelos pesquisadores. Neste aspecto, os debates giraram em torno da medida provisória proposta pelo presidente Jair Bolsonaro e seu subsequente recuo.

Enquanto isso, no Instagram, os perfis do blogueiro Hugo Gloss, do presidente e do jogador de futebol Neymar Jr despontaram como os três com maior número de interações.

Durante a última semana, publicações de influenciadores digitais famosos obtiveram projeção, reforçando a necessidade do isolamento social e solicitando que os recursos dos fundos partidário, eleitoral e do orçamento impositivo sejam destinados ao combate à crise.

O perfil do Ministério da Saúde também conseguiu alcance relevante, enfatizando orientações para isolamento e o papel dos profissionais de saúde no combate ao problema.

Classificação Indicativa: Livre

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