Coronavírus

Racista, postagem de Weintraub é negativa para relação com Brasil, diz embaixada da China

Agência Brasil
'Instamos que alguns indivíduos do Brasil corrijam imediatamente os seus erros cometidos e parem com acusações infundadas contra a China', diz nota  |   Bnews - Divulgação Agência Brasil

Publicado em 06/04/2020, às 06h12   Folhapress



A embaixada da China reagiu no início da madrugada desta segunda-feira (6) a manifestações do ministro da Educação, Abraham Weintraub, que associam a oridem da Covid-19 ao país.

"Deliberadamente elaboradas, tais declarações são completamente absurdas e desprezíveis, que têm cunho fortemente racista e objetivos indizíveis, tendo causado influências negativas no desenvolvimento saudável das relações bilaterais China-Brasil", diz nota divulgada pela embaixada nas redes sociais. "O lado chinês manifesta forte indignação e repúdio a esse tipo de atitude".

No sábado (4), em postagem em uma rede social, o ministro usou o personagem Cebolinha, da Turma da Mônica, para fazer chacota da China.

"Geopolíticamente, quem podeLá saiL foLtalecido, em teLmos Lelativos, dessa cLise mundial? PodeLia seL o Cebolinha? Quem são os aliados no BLasil do plano infalível do Cebolinha paLa dominaL o mundo? SeLia o Cascão ou há mais amiguinhos?", escreveu o membro do gabinete do presidente Jair Bolsonaro, trocando a letra "r" por "l", assim como na criação de Mauricio de Sousa.

A mudança das letras ridiculariza o sotaque de muitos asiáticos ao falar português. Junto à postagem, Weintraub colocou a capa de um dos gibis da Turma da Mônica cujo enredo se passa na China.

Em sua resposta, a embaixada da China afirmou que a pandemia da Covid-19 está se espalhando globalmente e traz um desafio que nenhum país consegue enfrentar sozinho.

"A maior urgência neste momento é unir todos os países numa proativa cooperação internacional para acabar com a pandemia com a maior brevidade, com vistas a salvaguardar a saúde pública mundial e o bem-estar da Humanidade", diz a nota.

A embaixada reforça ainda que a OMS (Organização Mundial da Saúde) e a comunidade internacional se opõem à associação do coronavírus a um país ou região, combatendo a etigmatização.

"Instamos que alguns indivíduos do Brasil corrijam imediatamente os seus erros cometidos e parem com acusações infundadas contra a China", conclui.

Esse não é o primeiro ataque de uma pessoa ligada ao presidente Jair Bolsonaro contra o país onde se registrou o começo da pandemia.

Na noite do dia 18 de março, o embaixador da China no Brasil, Yang Wanming, fez duras críticas ao deputado federal Eduardo Bolsonaro após o filho do presidente, também em uma rede social, comparar a pandemia do coronavírus ao acidente nuclear de Tchernóbil, na Ucrânia, em 1986.

O episódio gerou crise diplomática entre os países. Com a repercussão do caso, o deputado federal afirmou no dia seguinte às declarações que jamais quis ofender o povo chinês e ressaltou que o embaixador chinês não refutou seus argumentos sobre o surgimento do coronavírus.

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