Coronavírus

“Se seu filho usa adequadamente a máscara, nosso pedido é que ele continue usando”, orienta vice-presidente da AMA-BA

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Leonardo Martinez avalia que flexibilização do uso de máscaras para crianças autistas é uma medida de "fundamental importância"  |   Bnews - Divulgação Dinaldo Silva/BNews

Publicado em 08/06/2020, às 12h44   Nilson Marinho e Marcos Maia


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O vice-presidente da Associação de Amigos do Autista da Bahia (AMA- BA), Leonardo Martinez, avalia que a flexibilização quanto à obrigatoriedade do uso de máscaras para crianças autistas como “uma medida de fundamental importância”. Contudo, ele pondera que pais cujos filhos conseguem usar a proteção, devem continuar resguardando os pequenos da Covid-19 com o utensílio. 

Em entrevista ao BNews nesta segunda-feira (8), ele reiterou que esse é um pleito respaldado por normas técnicas - a exemplo de relatórios produzidos pela Universidade Federal da Bahia e Hospital Roberto Santos -, que atestam a condição especial de pessoas com transtornos do espectro autista.

"A maioria tem hiperatividade sensorial, o que inviabiliza o uso da máscara por dor. Não é um incômodo como o que eu ou você sentimos. É uma dor, como se fossem agulhas perfurando o rosto", explica. Além disso, ele cita questões comportamentais que levam muitos autistas a lamber o equipamento de proteção individual - ou colocá-los inteiramente na boca.

Citando trabalho desenvolvido pela chefia do Laboratório Viroses da UFBA, Martinez destaca que situações como estas fazem com que com que as máscaras tornem-se meio de contaminação.  

Ele já havia alertado quanto a questão no final de maio, em entrevista ao BNews.No mesmo período, o deputado federal João Roma (Republicanos) pediu à prefeitura de Salvador que flexibilizasse a obrigatoriedade do uso de máscaras após reivindicação da AMA-BA. O anúncio foi feito pelo prefeito ACM Neto (DEM) nesta manhã.

Martinez salienta que mais de 45 mil pessoas são beneficiadas pela medida. "Fiquem em casa, se puder. Mesmo com a flexibilização oficializada, se seu filho usa adequadamente a máscara, nosso pedido é que ele continue usando a máscara”, orienta. 

A instituição deve ganhar uma sede própria, com capacidade ampliada, em 2022. As novas  instalações proporcionarão que até 800 famílias possam ser contempladas em relação a atendimentos físicos. Outras três mil serão contempladas por atendimentos mensais - como atividades, oficinas e cursos profissionalizantes. 

Ele avalia também que as doações entregues nesta manhã trazem um "alento muito grande" para as 250 famílias assistidas pela entidade. "A maioria esmagadora não tem condições financeiras e isso é muito importante, porque a fome não espera", conclui.

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