Coronavírus

Hospital de Campanha no RJ é esvaziado mesmo com decisão judicial contra

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Ao ser questionado sobre os hospitais de campanha, o governador Wilson Witzel  pediu que jornalistas perguntassem sobre o assunto ao secretário estadual de saúde, Alex Bousquet  |   Bnews - Divulgação Divulgação/Governo do Rio de Janeiro

Publicado em 18/07/2020, às 19h46   Redação BNews


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A Secretaria de Saúde do estado do Rio de Janeiro informou neste sábado (18) que transferiu todos os pacientes que estavam internados no Hospital de Campanha do Maracanã. O esvaziamento foi anunciado na última sexta (17) e a retirada concluída, mesmo com a decisão judicial que determinou a permanência dos pacientes na unidade.

As informações são da Agência Brasil. No início da tarde dessa sexta-feira, a Secretaria Estadual de Saúde informou que 26 pacientes do hospital do Maracanã e oito do de São Gonçalo estavam em processo de transferência devido ao término do contrato com a organização social Instituto de Atenção Básica e Avançada à Saúde (Iabas). 

No grupo, 23 pacientes estavam em unidades de terapia intensiva. Durante a tarde, o Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro e a Defensoria Pública do Estado do Rio de Janeiro foram à Justiça para impedir o esvaziamento dos hospitais. Segundo os órgãos, o governo do estado estava desrespeitando decisões anteriores que determinavam o funcionamento dos hospitais e colocando em risco grave e irreversível a vida dos pacientes.

A decisão judicial que atendeu a esse pedido foi divulgada na noite de ontem. A juíza Aline Maria Gomes Massoni da Costa, da 14ª Vara da Fazenda Pública do Rio, determinou que a admissão de novos pacientes nos hospitais não fosse suspensa e decidiu que os que já estavam na unidade e ainda não haviam sido transferidos deveriam ser mantidos.

Na noite de ontem, e no início da tarde de hoje, a Secretaria Estadual de Saúde informou que ainda não havia sido notificada da decisão judicial e prosseguiu com as transferências. Em nota ao meio-dia deste sábado, a secretaria informou que ainda havia um paciente em cada um dos hospitais de campanha. Cerca de uma hora depois, a secretaria afirmou que o último paciente internado no Maracanã foi transferido para o Hospital Universitário Pedro Ernesto.

Apesar do esvaziamento, a secretaria nega que esteja fechando os hospitais de campanha. A pasta justifica que decidiu retirar os pacientes dos hospitais porque, no último dia 14, a OS Iabas teria comunicado que suspenderia seus serviços com o término do contrato, que acontece hoje (18).

A organização social, contudo, contesta essa versão. Em nota divulgada ontem, o Iabas diz que solicitou a rescisão do contrato, mas não pediu o fechamento dos hospitais. A OS afirma que não foi informada previamente da decisão da SES e acusa o governo de falta de transparência na gestão.

Ao ser indagado sobre os hospitais de campanha durante evento nesta manhã, o governador do Rio de Janeiro, Wilson Witzel  pediu que jornalistas perguntassem sobre o assunto ao secretário estadual de saúde, Alex Bousquet. "Isso é melhor você perguntar para o secretário de Saúde. Tudo que fiz como governador para resolver o problema da pandemia foi pautado na opinião de especialistas", disse.

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