Coronavírus

“As vendas ainda não estão boas”, diz barraqueiro sobre liberação dos sombreiros nas praias

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Alguns cobram R$ 10 só para não voltar para casa de mãos vazias  |   Bnews - Divulgação Arquivo BNews / Vagner Souza

Publicado em 21/10/2020, às 14h31   Brenda Viana


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Após diversos protestos, barraqueiros e ambulantes estão de volta às praias de Salvador. O prefeito ACM Neto, durante uma coletiva de imprensa na sexta-feira (16), liberou apenas sombreiros para os aluguéis, sem cadeiras, bancos e mesas. 

A reabertura das praias ocorreu no dia 21 de setembro, mas, mesmo com a liberação do guarda-sol a partir desta segunda-feira (19), muitos trabalhadores ainda reclamam de não ser o suficiente para suprir as necessidades diárias nas praias. Alguns estão cobrando apenas R$ 10 no sombreiro, só para não voltar para casa de mão vazia.

Beto, que trabalha no Farol da Barra há mais de 10 anos, diz que foi difícil ficar parado desde março. “Tenho que comprar coisas pra família, tenho quatro filhos, dependo disso aqui [aluguéis de sombreiros]. Mesmo recebendo R$ 600 por mês pelo Auxílio Emergencial, que não dava para manter, a gente acaba se endividando com cartão, pegando empréstimo para sobreviver”, conta. 

O barraqueiro afirma que, antes da pandemia, conseguia faturar cerca de R$ 2 mil por mês, mas, durante a quarentena, teve de se desdobrar para ganhar um valor menor. “Eu fiquei em casa recebendo o auxílio, tentei fazer outras coisas, mas infelizmente com a crise, a gente não consegue outro trabalho. Só eu trabalho na minha casa, mais ninguém”, falou emocionado.   

Ele faz um apelo ao prefeito ACM Neto referente às cadeiras e mesas nas praias. “As vendas ainda não estão boas. A gente espera que o prefeito libere as cadeiras para trabalhar como antes. Só o sombreiro ajuda, mas não suprem as necessidades”. Beto ainda afirmou que pede para os clientes usarem álcool em gel, com máscara e todas as proteções. “Espero que volte tudo ao normal”, falou confiante.

Para Mônica Bulhões, que vende drinks alcoólicos nas praias com o marido há quatro anos, foi complicado ficar fora da areia nos últimos sete meses. “Tive muita dificuldade para manter minha casa, aluguel, pagar boletos”, explica. Ela diz que, mesmo com o Auxílio de R$ 600 foi difícil manter os custos dela e do marido. “Agora que o prefeito liberou, consigo manter minhas dividas, minha casa, meus filhos e consegui recuperar meus clientes”, finalizou.

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