Coronavírus

Escola desrespeita acordo e convoca professores para reuniões presenciais em Salvador

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Acordo entre colégios e sindicato prevê que, enquanto durar o decreto de suspensão das aulas, encontros presenciais estão proibidos  |   Bnews - Divulgação Reprodução/Google Street View

Publicado em 22/01/2021, às 12h07   Redação BNews


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No momento em que a Bahia vive uma mistura de alívio com a aplicação das primeiras doses da vacina contra a Covid-19 e preocupação com o aumento dos casos e internações, o Centro Educacional Titânia, localizado no bairro de Cajazeiras, decidiu organizar o retorno às aulas, convocando os professores para reuniões presenciais para o planejamento de 2021.1.

No entanto, de acordo com o último decreto editado pelo Governo do Estado, as aulas das redes privada e pública da Bahia estão suspensas até 30 de janeiro, sem que se possa afirmar se haverá prorrogação ou não da medida.

Mas, a questão que envolve o Titânia não é apenas a programação da volta às aulas, mas, sim, o descumprimento de um acordo firmado com o Sindicato dos Professores do Estado da Bahia (Sinpro-Ba), que prevê a proibição de chamamento presencial de técnicos ou professores enquanto durarem as medidas de prevenção ao coronavírus no Estado.

Conforme acordo, “os decretos governamentais têm caráter médico-sanitário” e “o objeto é garantir o recolhimento, em quarentena, de todos aqueles que atuam na Educação, considerando que, pela sua natureza de produção de aglomerações e de contato incalculável entre pessoas, o risco de contágio é significativo”.

A convocação dos professores aconteceu por meio de mensagem coletiva em 15 de janeiro, para reunião que aconteceu nesta quinta-feira (21), quando o BNews entrou em contato por diversas vezes com o Centro Educacional Titânia, solicitando esclarecimentos, e recebeu como retorno que eles “desconheciam” o encontro pedagógico.

Uma das funcionárias chegou a dizer que a reunião acontecia apenas com membros da direção. Diante disso, o BNews solicitou, também nesta quinta-feira, um posicionamento do colégio quanto à mensagem enviada aos professores, mas não recebeu nenhum retorno até o fechamento desta matéria.

Ocorre que, durante a reunião dos docentes do Titânia, uma equipe da Secretaria Municipal de Desenvolvimento Urbano (Sedur) esteve na escola e presenciou o encontro. No entanto, segundo a pasta, os funcionários mantinham o distanciamento e atendiam às recomendações sanitárias contra a aglomeração.

Após a reunião, o BNews recebeu a denúncia de que, no momento em que a Sedur chegou ao local, todos os professores precisaram se distanciar, com intervalo de uma cadeira entre eles, e que outras duas reuniões presenciais foram agendadas, inclusive a próxima para 27 de janeiro, fora de horário de aula de muitos docentes.

Um colaborador do Titânia disse ao BNews que, ainda conforme acordo firmado com o Sinpro-Ba, o mês de janeiro de 2021, em razão da pandemia, havia sido reservado para as férias coletivas de técnicos e professores do setor, motivo pelo qual o chamamento presencial descumpriria as normas preestabelecidas.

O BNews esclarece que, mesmo diante da ausência de retorno do Centro Educacional Titânia, o site, em nome dos princípios do contraditório e da ampla defesa, está aberto para ouvir o posicionamento da instituição de ensino frente às alegações dos colaboradores quanto ao descumprimento dos acordos firmados com o setor.

O Sinpro-Ba também foi procurado pelo BNews, na manhã desta sexta-feira (22), mas não retornou às ligações até o fechamento da matéria.

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