Coronavírus

Diretor do Sírio-Libanês diz que Brasil vive o "pico de uma tragédia" e admite: "Não sei onde vai parar"

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Ao longo dos mais de 30 anos de experiência, garante o médico, ele nunca presenciou uma situação parecida  |   Bnews - Divulgação Reprodução/CNN Brasil

Publicado em 11/03/2021, às 21h02   Redação BNews


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O médico cardiologista Roberto Kalil, diretor do Hospital Sírio-Libanês e presidente do InCor, afirmou nesta quinta-feira (11) em entrevista à CNN Brasil que o país vive o "pico de uma tragédia", diante das milhares de mortes por Covid-19.

Ao longo dos mais de 30 anos de experiência, garante o médico, ele nunca presenciou uma situação parecida.

"Estamos no pico de uma tragédia. Tenho 34 anos de Medicina, nunca imaginei estar numa situação dessa. Os hospitais estão colapsando, as UTIs lotadas, a taxa de mortalidade desse vírus não é pequena, os profissionais estafados. Honestamente, não sei onde vai parar", afirmou.

O diretor do renomado hospital lembrou que abrir a cada dia mais leitos de UTI não será suficiente para frear o caos, principalmente porque não há médicos especializados em quantidade suficiente para atender a demanda.

"Não adianta ficar criando leito de UTI, tem que ter pessoal para isso. O médico com experiência é muito difícil no mercado, temos problemas na contratação da equipe multidisciplinar. Você não vai colocar um profissional de saúde sem experiência para tratar alguém com Covid-19 na UTI", disse.

Além das mortes daqueles que são internados ou que nem chegam aos hospitais, Kalil alerta ainda para um alto número de pessoas que vão à óbito meses após receberem alta, por sequelas da doença.

Segundo o médico, 1/4 dos pacientes que recebem alta médica morrem nos primeiros seis meses. "Isso para o sistema de saúde é uma verdadeira catástrofe", reconhece.

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