Coronavírus

Hipertensão descontrolada aumenta riscos de complicações e morte pelo coronavírus

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Muitas pessoas retardaram ou até abandonaram o tratamento por medo de contaminação ao frequentarem consultórios médicos e hospitais  |   Bnews - Divulgação Pixabay

Publicado em 22/04/2021, às 21h34   Redação BNews


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Mesmo estudos científicos apontando para uma maior incidência de complicações e mortes de pacientes hipertensos em caso de infecção pelo coronavírus, muitas pessoas retardaram ou até abandonaram o tratamento. O motivo é o medo de se contaminar ao frequentar consultórios médicos e hospitais. 

O problema é que a hipertensão arterial é um dos principais fatores de risco para as doenças cardiovasculares, causando direta ou indiretamente metade das mortes por essas enfermidades no mundo. Somente no Brasil, há entre 35 e 40 milhões de hipertensos e, segundo a Sociedade Brasileira de Hipertensão (SBH), o país registra cerca de 350 mil óbitos anuais pela doença.

A hipertensão é crônica e multifatorial, sendo responsável ainda por 80% dos casos de Acidente Vascular Cerebral (AVC). “No caso da Covid-19, os hipertensos podem ter mais chances de complicações pela forma grave da doença, com maiores riscos de morte. Por isso, é importante que o paciente mantenha o acompanhamento de rotina e não interrompa por conta própria o uso dos medicamentos prescritos pelo médico assistente”, destaca o cardiologista Eduardo Darzé, diretor-geral do Hospital Cárdio Pulmonar. 

Na próxima segunda-feira (26), é celebrado o Dia Nacional de Prevenção e Combate à Hipertensão Arterial e o alerta tem sido reforçado pela classe médica. Os especialistas lembram que é essencial manter todos os cuidados para evitar a contaminação pela Covid-19, mas sem negligenciar o acompanhamento médico de rotina.

“Além do AVC, a hipertensão não tratada é também um importante fator de risco para infarto, insuficiência cardíaca, doença renal crônica, com necessidade de diálise, e formação de aneurismas”, elenca o cardiologista.

Darzé cita que, apenas os hipertensos graves ou que apresentam complicações da doença, fazem parte dos grupos prioritários de pacientes com comorbidades na fila da vacinação contra a Covid-19 em Salvador.

Alterações de parâmetros

Desde o final de 2020, a Sociedade Brasileira de Cardiologia (SBC) atualizou dados e lançou a nova edição da Diretriz Brasileira de Hipertensão Arterial (DBHA), que altera padrões para diagnóstico e tratamento. Uma das mudanças se refere à detecção da doença pela Monitorização Residencial da Pressão Arterial (MRPA). 

Considera-se hipertensão arterial quando as medidas realizadas em casa são iguais ou superiores a 130 mmHg x 80 mmHg. “Antes, o parâmetro para hipertensão era igual ou maior que 135 mmHg x 85 mmHg pela MRPA. Na avaliação em consultório, os valores de referência continuam 140 mmHg x 90 mmHg”, esclarece Darzé.

A SBC classifica como pressão “normal ótima” a que registra números abaixo de 120 mmHg x 80 mmHg. A faixa entre 120 e 129 mmHg e 80 e 84 mmHg é considerada “normal”, mas não ótima e deve ser acompanhada por um especialista. “É fundamental que o paciente tenha em vista a importância das avaliações para detecção precoce da hipertensão, assim como as consultas de acompanhamento para aqueles que já têm o diagnóstico da doença”, acrescenta.  

O cardiologista orienta que, para prevenir e controlar a hipertensão, é necessário apostar em hábitos saudáveis, como focar em uma dieta com baixo teor de sal, manter o peso ideal, moderar o consumo de álcool, praticar atividades físicas e não fumar. 

“É uma doença que não tem cura, mas pode ser controlada através de mudanças no estilo de vida, acompanhamento sistemático e uso medicamentos adequados prescritos pelo cardiologista”, finaliza. 

Classificação Indicativa: Livre

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