Coronavírus
Publicado em 26/11/2021, às 14h56 Redação BNews
O Cremeb (Conselho Regional de Medicina do Estado da Bahia) emitiu um posicionamento hoje (26) cobrando cautela do poder público sobre a realização de festas populares. O governo do estado ainda não se posicionou sobre a realização do réveillon e Carnaval, apesar da cobrança constante da prefeitura de Salvador.
“O Cremeb recomenda aos gestores que se respeite os direcionamentos técnicos e científicos advindos das entidades responsáveis por estudar o tema, pois uma decisão equivocada nesse momento pode debilitar todo avanço conquistado com as campanhas de combate ao vírus desde o início da pandemia. “, pontua o presidente do Cremeb, Dr. Otávio Marambaia.
A entidade também cita no texto a descoberta de uma nova variante do coronavírus na África do Sul. Chamada de B.1.1.529, a variante apresenta um número “extremamente alto” de mutações.
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“O Cremeb alerta que a aglomeração é uma realidade irrefutável em festas populares e, por isso, pode proporcionar risco incalculável para a saúde pública, fator esse que exige ponderação e cautela dos entes responsáveis pela realização.”
Bruno Reis defende festas
O Instituto Gonçalo Moniz (Fiocruz-Bahia) deu um parecer sobre a realização do Carnaval em Salvador: é preciso que pelo menos 90% da população baiana esteja vacinada contra a Covid-19 para a discussão ter início. Na manhã desta quarta-feira (24), o prefeito Bruno Reis (DEM) comentou a recomendação dos especialistas.
“Vocês sabem o respeito que a Fiocruz tem. Muitas das decisões do isolamento social e, depois da flexibilização, que nós tomamos ao longo de quase dois anos, foi ouvindo a opinião deles. Quando a Fiocruz estabelece que com 90% da população vacinada é possível realizar o Carnaval com segurança, isso dá um conforto maior para tomar uma decisão [...] Vamos chegar no Carnaval com 90% da população vacinada”, garantiu.
Confira abaixo a nota do Cremeb na íntegra:
Em face ao debate sobre a realização de festas populares durante a pandemia de Covid-19, o Conselho Regional de Medicina do Estado da Bahia (Cremeb) recomenda às autoridades sanitárias baianas que respeitem as orientações cientificamente conhecidas para tomadas de decisões, tendo como norte primordial o direcionamento técnico e científico dos pesquisadores sobre o tema.
Para balizar qualquer decisão sobre esse assunto, é preciso que se observe determinadas evidências, como a dificuldade de controle no acesso da população a esses eventos, a ser observada com as experiências em outros estados e países; e a ausência de aprofundamento nosólogico sobre a doença, tendo em vista que os estudos ainda são recentes, e a mutação do vírus, que ocorre de maneira dinâmica, como o que está acontecendo com a variante detectada na África do Sul, provocando grande preocupação à comunidade científica internacional.
“O Cremeb recomenda aos gestores que se respeite os direcionamentos técnicos e científicos advindos das entidades responsáveis por estudar o tema, pois uma decisão equivocada nesse momento pode debilitar todo avanço conquistado com as campanhas de combate ao vírus desde o início da pandemia. “, pontua o presidente do Cremeb, Dr. Otávio Marambaia.
Sobre as evidências científicas referentes ao coronavirus, o conselheiro pondera que a Covid-19 ainda é uma doença recente, em constante estudo e análise, o que requer cautela ainda maior para a deliberação de eventos populares. “A imunidade vacinal, por exemplo, tem se mostrado muito efetiva no combate ao vírus, mas ainda há incertezas sobre a duração dessa eficácia. A saúde da população e os riscos eminentes com a realização desses eventos devem ser os principais pontos analisados antes qualquer decisão”, explica Marambaia.
Por fim, o Cremeb alerta que a aglomeração é uma realidade irrefutável em festas populares e, por isso, pode proporcionar risco incalculável para a saúde pública, fator esse que exige ponderação e cautela dos entes responsáveis pela realização.
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