Debate no Sheraton da Bahia Hotel contou com a presença de advogados, magistrados e jornalistas
A Associação dos Magistrados da Bahia (Amab) debateu, nesta quarta-feira (20), a atuação e o papel social de magistrados e jornalistas, no 1º Encontro Justiça e Imprensa na Bahia. O evento, que aconteceu no Sheraton da Bahia Hotel, contou com a presença de advogados, magistrados e jornalistas.
O advogado João Daniel Jacobina destacou que o profissional da Comunicação deve ter cuidado ao ouvir a outra parte nas reportagens. De acordo com ele, as decisões dos juízes absolvem mais jornalistas do que condenam. “Quando há condenação é porque o jornalista não teve o cuidado de apurar os fatos”, pontou. Na visão dele, o Judiciário tem sido leal com a liberdade de expressão.
A presidente da Amab, juíza Marielza Brandão Franco, defendeu que todos os cursos tenham, ao menos, uma disciplina de Direito. “Às vezes, parece que a Justiça quer a censura. Não é isso. Agora, exceções precisam passar pelo crivo do Poder Judiciário”, ponderou.
Para o jornalista Ernesto Marques, o direito a informação é um direito fundamental para a sociedade tomar decisões do dia a dia. “É inadmissível qualquer tipo de restrição a esse direito”, ressaltou. A presidente do Sindicato dos Jornalistas Profissionais no Estado da Bahia (Sinjorba), Marjorie Moura, falou sobre a dificuldade de conseguir informações dos Tribunais de Justiça. Na opinião dela, isso depende de cada gestão.
O jornalista e professor da Universidade Federal do Recôncavo da Bahia (Ufrb), Sérgio Mattos, lembrou que o Judiciário derrubou a exigência de diploma para exercer o jornalismo. Destacou também que, nos últimos anos, tem acompanhado várias tentativas de cerceamento da liberdade de expressão com ajuizamento de ações contra os profissionais.
“Estamos atravessando um período em que o conceito de equilíbrio entre os três Poderes está sendo posto em cheque em face do fenômeno da judicialização. E esse processo tem atingido a imprensa na rotina de produção de conteúdo. É o que muitos têm chamado de ‘judicialização da pauta jornalística’”, frisou.
Publicada no dia 20 de maio de 2015, às 14h
