Justiça

MP denuncia dono e funcionários do Paraíso Tropical por morte de adolescente no Cabula

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Segundo determinação judicial, Beto Pimentel está proibido deixar a cidade sem autorização  |   Bnews - Divulgação Reprodução e Gilberto Júnior (BNews)

Publicado em 29/11/2017, às 07h58   Redação BNews


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O proprietário do Restaurante Paraíso Tropical, Luiz Gilberto de Andrade Pimentel, mais conhecido como Beto Pimentel, e os funcionários Fabilson do Nascimento Silva e Antônio Santos Batista foram denunciados pelo Ministério Público do Estado da Bahia (MP-BA) por envolvimento no homicídio do adolescente Guilherme Santos Pereira da Silva, de 17 anos, em 17 de abril deste ano, no bairro do Cabula, em Salvador. 

A denúncia, oferecida pelo promotor de Justiça Antônio Luciano Assis, foi recebida pela juíza Andrea Sarmento Netto, que manteve a prisão preventiva de Fabilson Silva e proibiu Beto Pimentel de se ausentar de Salvador sem autorização judicial.

O CRIME - Guilherme e outros amigos coletavam frutas em uma região conhecida como “roça”, próxima ao portão que dá acesso aos fundos do Restaurante Paraíso Tropical, quando foi atingido na cabeça por disparos de arma de fogo. Segundo a denúncia, Beto Pimentel ofereceu uma arma de fogo que mantinha em sua residência para Fabilson Silva que, por um buraco no portão que dá acesso à “roça”, efetuou o disparo contra o adolescente, a uma distância aproximada de nove metros.

O dono do restaurante ainda teria ordenado ao funcionário que atirasse nos demais adolescentes, informa a denúncia. Em seguida, sem prestar socorro à vítima, Luiz Pimentel, Fabilson Silva e Antônio Batista teriam retirado o corpo do adolescente do local do crime e o colocaram a uma distância aproximada de 350 metros, conforme laudo pericial do inquérito policial.

Beto Pimentel e Fabilson Silva foram denunciados por homicídio qualificado, por motivo fútil e mediante emboscada (art. 121, parágrafo 2º, incisos II e IV, do Código Penal), e por ocultação de cadáver (Art. 211 c/c arts. 29 e 69 do Código Penal). Antônio Batista responde à denúncia por auxiliar os dois primeiros na ocultação do corpo do adolescente. O dono do restaurante ainda foi denunciado por posse irregular de arma de fogo de uso permitido, pois não possuía autorização para portá-la e nem o respectivo registro (art. 12 da Lei nº 10.826/03).

DEFESA

Alano Frank, advogado de Beto Pimentel, afirmou ao BNews que foi o empresário foi surpreendido com a denúncia do MP e com o relato das circunstâncias do caso pelo Ministério Público. "Fica parecendo que Beto é um homicida contumaz, um bandido perigoso. No dia do fato estava escuro e Beto e os funcionários não davam para identificar quantas pessoas eram, se estavam armadas, se eram adultos, mulheres e essas pessoas já estavam quase invadindo o restaurante, não estavam pegando frutas. O funcionário deu um tiro, não foi para matar, foi de advertência".

O advogado negou a versão do funcionário de que Beto teria pedido para atirar e explicou que o dono do restaurante prestou depoimento na delegacia, colaborou, abriu o restaurante, fez reconstituição e depois de sete meses o MP pediu a prisão preventiva dele. "Ele colaborou, não tentou fugir, não é bandido, tem um passado limpo, gera emprego, continua morando no mesmo local, mesmo sendo ameaçado e esse pedido de prisão preventiva surpreendeu muito, porque ele considera desnecessário".

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