Justiça

MP-BA realiza encontro para articular melhoria no acesso à rede de serviços para crianças com microcefalia

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Multicentro da Avenida Carlos Gomes tem estrutura e profissionais especialmente capacitados para atender crianças com microcefalia  |   Bnews - Divulgação Reprodução

Publicado em 07/11/2018, às 11h09   Redação BNews


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Uma rede de serviços voltados para crianças com microcefalia e suas famílias foi estruturada para atender a população de Salvador. Diariamente, profissionais da área de saúde estão a postos, mas realizam poucos atendimentos porque a maioria da população que poderia ser beneficiada desconhece a prestação dos serviços. O Multicentro da Avenida Carlos Gomes tem estrutura e profissionais especialmente capacitados para atender crianças com microcefalia, mas a demanda é tão baixa que, para não ficarem ociosos, os fisioterapeutas estão atendendo pacientes adultos.
De acordo com informações do município, que gerencia o Sistema Vida, a neuropediatria infantil teve sua carga horária de vinte horas reduzida por conta do baixo fluxo de atendimento. Por outro lado, um grupo de mães com filhos que têm microcefalia se queixou recentemente ao Ministério Público estadual da dificuldade de encontrar esses profissionais. Elas tentam agendar e encontrar vagas para atendimentos de fisioterapia, neuropediatria, fonoaudiologia e terapia ocupacional.
Para equacionar essa situação, o Ministério Público estadual, em conjunto com a prefeitura m unicipal de Salvador, o governo do Estado, o Hospital Sarah e a Organização Não Governamental Abraço, realizam na próxima sexta-feira, (09), das 8h às 12h30, na sede do MP, em Nazaré, um encontro para debater os cuidados voltados às crianças com microcefalia, a síndrome congênita associada ao Zika Vírus.
No encontro, os participantes apresentarão os serviços disponibilizados às crianças portadoras da síndrome congênita e explicarão o funcionamento da rede. Segundo o promotor de Justiça Carlos Martheo Guanaes Gomes, as dificuldades a serem sanadas não se limitam ao desconhecimento dos serviços ofertados, chegam à oferta de remédios. A Câmara de Conciliação de Medicamentos, que auxilia os pais no recebimento de medicamentos específicos para tratar a síndrome, por exemplo, é desconhecida da maioria dos pais.
Carlos Martheo explica que o cuidado com a criança com microcefalia demanda uma ação articulada entre os poderes. “A sociedade precisa entender a complexidade do combate ao Zika Vírus, que vai além da questão da saúde, contemplando assistência social e educação. São crianças que estão chegando na idade escolar e que possuem uma acentuada vulnerabilidade social”, afirma o promotor e acrescenta que o encontro, ao mesmo tempo que passa informações, identifica os gargalos que devem ser enfrentados “de forma mais técnica e consistente no ano de 2019”.
O encontro deve contar com a participação das secretarias de Saúde, Educação, Assistência Social e Combate à Pobreza do Estado e do Município, além de Organizações Não Governamentais, como a Abraço. Consta na programação, a apresentação da rede de atendimento às crianças com microcefalia, além de debates sobre o acesso da pessoa com deficiência à rede de saúde, o funcionamento de instrumentos socioassistenciais, a exemplo dos Centros de Referência de Assistência Social (Cras) e de Assistência Diária às Crianças com Microcefalia – Centro Dia, e o atendimento de crianças com Zika nas creches e escolas das redes estadual e municipal. No encontro, será lançada uma cartilha contendo dados detalhados sobre o funcionamento dos serviços assistenciais das esferas públicas e sociedade civil. A cartilha traz os serviços, locais de funcionamento, horários de atendimento e contato telefônico.

Classificação Indicativa: Livre

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