Justiça

MP pede que acusado de agredir estudante após festa em Ondina vá a júri popular

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Caso ocorreu no dia 03 de julho após uma festa realizada na Área Verde do Othon  |   Bnews - Divulgação Diego Vieira/BNews e Reprodução/TV Bahia

Publicado em 29/08/2019, às 12h37   Diego Vieira



O Ministério Público do Bahia (MP-BA) pediu que Guilherme Machado da Silva, de 21 anos, suspeito de tentativa de homicídio contra o estudante Cayan Lima Santana, após uma festa realizada no bairro de Ondina, em Salvador, no dia 3 de julho, vá a júri popular. Os detalhes da denúncia foram apresentados pelo promotor Davi Gallo na manhã desta quinta-feira (29), em coletiva de imprensa realizada na sede do MP-BA, em Nazaré.

“O MP vai provar em juízo que a intenção realmente, era a de matar a vítima, e se essa era intenção, ele tem que ser julgado pelo júri popular. Nesse primeiro momento, o Guilherme terá toda a chance de se defender. Será ofertado a ele toda a amplitude de defesa que ele tem direito, mas cabe a nós [MP] comprovar que a intenção dele era de matar”, explicou o promotor que questionou o inquérito policial instaurado pela 7ª Delegacia Territorial (DT/Rio Vermelho).

“A primeira posição que tomei foi pedir informações a delegacia de polícia e as informações que me foram prestadas não foram suficientes diante do que eu tinha visto e diante do que eu já tinha colhido de depoimentos, ou seja, eu senti naquele momento que a investigação policial tomava um rumo totalmente diferente da realidade e da veracidade da fatos”, esclareceu .

“Como o Ministério tem o poder de ele mesmo investigar, então nós revolvemos instaurar um PIC que é o Procedimento Investigativo Criminal paralelo ao inquérito policial e nesse procedimento todas aquelas minhas suspeitas se confirmaram”, acrescentou o promotor que também solicitou à Justiça o recolhimento do passaporte do acusado.

De acordo com as investigações, Guilherme teria dado um murro no rosto de Cayan durante uma briga generalizada e, seguida quando a vítima estava caída no chão, atingiu ele com pontapés no tórax e crânio. O jovem teve traumatismo crânio-encefálico e chegou a entrar em coma.

Segundo o promotor, as imagens que registraram a ação do acusado não foram periciadas no inquérito policial. “A delegada de polícia sequer procurou periciar qualquer imagem daquelas que vinham sendo veiculas pela imprensa. Então, depois de ouvir testemunhas e o suspeito, comprovamos através da coleta de todas as provas que se tratava de um homicídio da forma tentada e duplamente qualificada”.

Gallo explicou ainda que, em depoimento, Guilherme contou que que agiu em legitima defesa, no entanto, testemunhas disseram no processo que ele surpreendeu Cayan com um murro no momento em ele estava de costas.  “Eu não tenho dúvidas, da forma que ele agiu ele pretendia matar o seu oponente e se ele só não mata por que pessoas intervieram”.

Além disso, testemunhas relataram no processo que o acusado possui um histórico violento. “As pessoas que depõem no processo relatam que o Guilherme é um jovem com uma personalidade completamente violenta e voltada para a prática de atos de violência contra pessoas. Existem notícias nos autos de que ele já teria agido assim em outras oportunidades, claro que não com essa gravidade, mas isso são as testemunhas que relatam e isso carece de provas”.

A partir da citação do acusado, a defesa terá o prazo de dez dias para responder a denúncia oferecida pelo MP-BA.

“A defesa querendo, vai oferecer a resposta escrita a essa peça de acusação. Após isso, inicia as audiências de instrução, onde testemunhas serão ouvidas. No final do processo, o juiz interrogaria ele e finalizaria o que chamamos de sumário de culpa. Esse procedimento vai vir para o MP, que uma vez convencido da culpabilidade dele vai pedir ao juiz que pronuncie ele, ou seja, o juiz não vai adentrar no mérito para dizer se ele é culpado ou inocente, isso caberá apenas a sociedade através do júri popular”, explicou Davi Gallo.

Classificação Indicativa: Livre

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