Justiça

Glenn Greenwald vai ao STF pedir que Bolsonaro confirme se o chamou de “malandro”

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Pedido também inclui que o presidente explique sobre qual investigação se referiu  |   Bnews - Divulgação Reprodução

Publicado em 05/12/2019, às 10h21   Redação BNews



O jornalista Glenn Greenwald entrou com pedido junto ao Supremo Tribunal Federal (STF) para que Jair Bolsonaro confirme "se foi efetivamente o autor das frases" em que chamou o americano de "malandro que, para evitar um problema desse [deportação], casa com outro malandro ou adota criança no Brasil".

O fundador do The Intercept ainda solicitou que o presidente informe "a que fato, investigação ou processo estava se referindo quando afirmou" que o jornalista talvez "pegue uma cana" no Brasil. "[É] necessário que o requerido esclareça se efetivamente foi o autor de tais afirmações, tendo a presente ação finalidade preparatória para o ajuizamento de ação penal".

No ofício enviado ao STF, os advogados Glenn alegaram que "a ação voluntária do requerido [Bolsonaro], marcada pela homofobia e pela ofensa à honra do requerente [Greenwald] - e também contra uma coletividade intangível de seres humanos - fere a sua dignidade enquanto ser humano, além de ser inadmissível para um chefe de Estado".

"O requerido vulgariza o instituto da adoção, tratando este como um suposto subterfúgio do requerente e de seu companheiro para evitarem a possibilidade de suposta 'deportação', o que, evidentemente, não corresponde à verdade”, continuou.

"Há de se destacar neste ponto que a adoção dos menores pelo casal, muito longe de se tratar de uma 'malandragem', é resultado de um desejo comum, expressão máxima de amor por duas crianças com suas próprias e delicadas histórias de vida e que, de maneira alguma, pode ser associada ao ardiloso interesse de autoproteção", diz outro trecho do documento enviado ao Supremo.

O texto ainda citou a criminalização da homofobia como argumento para sustentar o pedido. O documento assinado por Greenwald também apontou que "qualquer pessoa que se julgar ofendida por atos que configurem crimes contra a honra pode pedir explicações ao seu auto, com o objetivo de confirmar a autoria de tais atos".

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