Justiça

Bolsonaro não apresenta provas sobre fraudes nas eleições, mesmo após ter sido intimado pelo STF

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Em documento encaminhado ao Supremo, o governo afirma que há irregularidade nas falas do presidente.   |   Bnews - Divulgação Repdoução/Youtube

Publicado em 09/08/2021, às 20h42   Redação Bnews


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Após ter alegado diversas vezes nos últimos meses que houve fraude nas eleições de 2014 e de 2018, o presidente Jair Bolsonaro não apresentou provas ao Supremo Tribunal Federal (STF) quanto à fragilidade das urnas eletrônicas, mesmo após ter sido intimado pelo órgão.

Em resposta a um questionamento feito pelo ministro Gilmar Mendes, relator de um mandado de segurança movido pelo partido Rede Sustentabilidade pedindo que Bolsonaro explique suas declarações e apresente provas cabais sobre supostas irregularidades no processo eleitoral, o presidente, por meio da Advocacia-Geral da União e da Secretaria Geral da Presidência da República, além de não apresentar provas e explicar suas falas, ainda atacou o partido político que entrou com a ação no Supremo. 

"A 'prova' do impetrante se dá por retórica de cunho político e a partir de ilações obtidas junto à mídia, sem, portanto, qualquer suporte documental efetivo", afirma a mensagem do Executivo.

O documento ainda destacou que não há irregularidade nas falas do presidente que colocam o processo eleitoral brasileiro sob suspeita, com o fundamento de que a atuação de Bolsonaro apenas levanta discussões sobre os aspectos que permeiam o sufrágio eleitoral.

"Não resta qualquer dúvida que o tema de fundo é bastante atual e está longe de ser pacífico, tendo até mesmo a Justiça Eleitoral acenado para a importância e a necessidade de voto impresso e auditável, em clara e evidente busca pelo aperfeiçoamento do pleito eleitoral, de modo a diminuir, o tanto quanto possível, eventuais fraudes que o sistema eletrônico de votação possa conter e, bem assim, poder transmitir maior fiabilidade aos eleitores". 

No final da resposta encaminhada ao STF, o governo sugere que o Supremo não leve a ação adiante. "Impõe registrar que deferir a pretensão do impetrante necessariamente transmitirá à sociedade um inequívoco sinal de que a mera possibilidade de levantar discussões sobre os aspectos que permeiam o sufrágio eleitoral são um dogma insusceptíveis de qualquer discussão e aprimoramento, o que seria verdadeiro absurdo".

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