Juiz é criticado por ir à feira tomar caldo de galinha caipira: "Não posso ir em um lugar simples?"

Um juiz do Tribunal de Justiça do Pará fez um desabafo em suas redes sociais após ouvir críticas por ele “não se portar como juiz”. André Alencar, nascido no Maranhão, afirmou na postagem que ouviu o comentário após decidir ir à feira para tomar um caldo de galinha caipira. E não parou por aí. André Alencar também afirmou que foi “julgado” por ter ido a um bar na noite do último sábado (16).

Na postagem, o magistrado questiona o que seria ter “porte de juiz“. 

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“Agora, só porque eu passei no concurso não posso comer na feira? Não posso ir em um lugar simples? Tenho que sempre andar arrumado, na pose, bancando o fino e elegante?”, disparou.

André Alencar ressaltou ainda que é “uma pessoa simples, que veio de baixo”, e não se importa com “status”. E completou: “Adoro sair por aí de bermuda e chinelo, e isso não define quem eu sou”.

O maranhense disse também que ouviu que ele não teria bom senso e que foi comparado a um estagiário. “Me falaram que sou juiz, mas com cabeça de estagiário, que eu não tenho bom senso”. Ele fez questão de ressaltar que não quis ofender nenhum estagiário, pois “são tão importantes quanto qualquer servidor. Apenas reproduzi o que me foi dito”.

No final do desabafo, o juiz deixou claro que não aceita as críticas. “Não pretendo mudar quem eu sou, o que eu penso”, declarou. “Não sou adepto dessa visão glamourosa que tem a sociedade de que, por ser juiz, não posso estar vestindo assim, assado, não posso frequentar determinados lugares ‘inapropriados pra minha condição social’. Eu simplesmente não me importo”, disse o magistrado.

O relato viralizou nas redes e teve várias interações. Alguns internautas aproveitaram a oportunidade para expor experiências parecidas que tiveram trabalhando no Judiciário.

Uma estudante de arquitetura postou que, “se todos fossem como você [juiz André Alencar], eu teria menos ranço!”. Ela afirmou que, inclusive, já foi criticada por um estudante de direito pelas roupas que vestia. “Conhecimento não precisa, né? O que precisa mesmo é ter roupa massa”, desabafou.

Nas interações o juiz contou que exerce o cargo há 14 anos e que sempre sai para bares e feiras com vestimentas simples. “No início, estranharam. Agora, acostumaram”, disse ele.

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