Justiça

Acusados de matar jovem trans em 2015 vão a júri popular

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A trans foi perseguida e espancada por cinco homens, em 20 junho de 2015, perto da casa da família  |   Bnews - Divulgação Arquivo Pessoal
Camila Vieira

por Camila Vieira

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Publicado em 16/04/2023, às 08h44


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A Justiça vai levar à júri popular os cinco acusados de matar a jovem trans Laura Vermont em 2015, em São Paulo. A decisão foi tomada após dois adiamentos do julgamento. Laura Vermont (18) foi perseguida e espancada por cinco homens, em 20 junho de 2015 na avenida Nordestina, na Vila Nova Curuçá, extremo leste da capital paulista. O crime ocorreu a poucos metros da casa onde a família da vítima vivia.

Identificados como Van Basten Bizarrias de Deus, Iago Bizarrias de Deus, Wilson de Jesus Marcolino, Jefferson Rodrigues Paulo e Bruno Rodrigues de Oliveira, eles são acusados de agredir Laura com socos, murros e pontapés. As agressões foram realizadas um pedaço de madeira. Eles afirmam que apenas revidaram ao arremesso de uma pedra contra Van Basten.

O laudo necroscópico de Laura não conseguiu determinar o que causou a morte. Mas, de acordo com o juiz Luís Filipe Vizotto Gomes, que aceitou a denúncia contra os cinco civis pela morte de Laura em 2017, "as evidências sinalizam que houve um somatório de causas".

Segundo ele, a morte decorreu "tanto das lesões provocadas pelos acusados, como pelas lesões provocadas pela própria vítima (batida do carro), como pelas lesões provocadas pelos policiais (disparo no braço)".

Os PMs chegaram a ser presos em 2015 por fraudar provas do caso, mas foram soltos dias depois. Eles não são mais investigados pelo crime, embora tenham sido expulsos da corporação em dezembro de 2016.

A Justiça condenou o governo de São Paulo a pagar R$ 50 mil de indenização por danos morais. A gestão estadual foi penalizada pela atuação dos dois policiais militares envolvidos na morte de Laura.

Classificação Indicativa: Livre

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