Justiça

Audiência de custódia não é obrigação exclusiva de juízes criminais

Reprodução/Pixabay
Definição caberá à lei de organização judiciária local ou a norma do tribunal que preste audiência de custódia  |   Bnews - Divulgação Reprodução/Pixabay

Publicado em 23/12/2022, às 16h57 - Atualizado às 16h58   Cadastrado por Lorena Abreu


FacebookTwitterWhatsApp

Decisão aprovada pelo Plenário do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) reafirmou que a obrigação de fazer audiência de custódia pode ser exigida de todos os juízes, não somente dos juízes criminais. A definição caberá à lei de organização judiciária local ou a norma do tribunal que preste o serviço.

Com informações do próprio CNJ, assim ficou decidido ao final do julgamento que se encerrou em no último dia 16. O colegiado negou provimento a recurso em processo pela anulação de um ato oficial do Tribunal de Justiça de São Paulo (TJSP) que convocava todos os juízes de quatro circunscrições judiciárias da Grande São Paulo, incluindo Santo André, a realizar audiências de custódia, a partir de 1º de outubro. A ordem do TJSP foi uma resposta a uma juíza de Santo André que informou, à administração, o déficit de magistrados para conduzir as audiências de custódia na localidade, diante da demanda excessiva, devido à falta de juízes voluntários para garantir o serviço.

O voto do relator do processo, conselheiro Giovanni Olsson, reafirmou a legalidade e a legitimidade da norma, amparada pela Resolução CNJ n. 213, que regulamentou os procedimentos para realização das audiências de custódia em 2015, e em duas decisões do Supremo Tribunal Federal (STF) que ratificariam, naquele mesmo ano, a constitucionalidade da prática de apresentar em juízo todos os presos em até 24 horas após o flagrante.

O normativo do CNJ que disciplina as audiências de custódia delega, à lei de organização judiciária de cada estado, a definição sobre qual autoridade judicial será competente para conduzir a audiência. No estado onde faltar uma regra específica, um ato normativo do Tribunal de Justiça, Tribunal de Justiça Militar, Tribunal Regional Federal, Tribunal Regional Eleitoral ou do Superior Tribunal Militar definirá quais membros da magistratura serão responsáveis pelas audiências. A tarefa poderá ser delegada inclusive a juízes plantonistas, substitutos ou auxiliares.

Classificação Indicativa: Livre

FacebookTwitterWhatsApp