Justiça

Barroso critica linguagem "desnecessariamente empolada" do Judiciário

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Luís Roberto Barroso participou, em Salvador, nesta segunda-feira (4), do 17º Encontro Nacional do Poder Judiciário  |   Bnews - Divulgação Reprodução
Alex Torres e Davi Lemos

por Alex Torres e Davi Lemos

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Publicado em 04/12/2023, às 23h09


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O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Luís Roberto Barroso, criticou nesta segunda-feira (4), em coletiva à imprensa, a "linguagem técnica e, às vezes, uma linguagem desnecessariamente empolada" que é utilizada na maioria dos tribunais brasileiros. "[Por isso] estamos lançando um movimento pela linguagem simples para facilitar a comunicação do Judiciário com a imprensa e com a sociedade para que as pessoas sejam capazes de compreender, de maneira mais adequada, o que foi decidido e o que a gente faz", explicou o ministro, durante o 17º Encontro Nacional do Poder Judiciário.

Ela salientou que "muitas vezes as críticas que o Judidiciário recebe são pela incompreensão sobre o que foi decidido. Lá no Supremo, ao final de todo julgamento, fazemos uma notícia à sociedade, explicando em linguagem simples e objetiva o que foi decidido. Portanto é uma proposta para que todos os tribunais façam a mesma coisa".

O ministro também falou a respeito da paridade de gênero na ocupação de cargos na estrutura do poder, mas disse que, no STF, isto não se aplica necessariamente. "O Supremo tem uma posição um pouco diferenciada em relação ao Judiciário em geral por ser um órgão de cúpula. Nos demais tribunais, há carreiras. O Supremo não é uma carreira. Portanto ali é uma escolha, é uma prerrogativa do presidente da República. Todo mundo sabe que eu defendo a feminilização dos tribunais, mas essa é uma prerrogativa do presidente [indicar os ministros do STF]", explicou.

Ele rememorou que o CNJ, na gestão da ministra Rosa Weber e com o apoio dele, instituiu a paridade de todas as promoções na carreira da magistratura. "Portanto, nos tribunais agora, se se promover um homem, a próxima promoção tem que ser a de uma mulher. A ideia de paridade [...] é bom não só por uma questão de justiça de gênero, mas porque a vida deve mesmo comportar um equilíbrio entre o masculino e o feminino. Faz bem para o setor público, faz bem para a vida em geral essa combinação", considerou.

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