Justiça

Black Friday: após escândalo da 123 Milhas, consumidor deve ter cuidado com ofertas de pacotes de turismo

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Especialistas alertam para possibilidade de novos problemas envolvendo a modalidade de negócio que complicou a 123 Milhas  |   Bnews - Divulgação BNews
Rafael Albuquerque

por Rafael Albuquerque

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Publicado em 28/09/2023, às 16h45


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O termo Black Friday (em português, sexta-feira negra) se popularizou no Brasil com a chegada da temporada natalícia de ofertas oriunda dos EUA, em que os lojistas realizam promoções sifnicativas e atraem milhares de clientes.

Tradicionalmente, acontece um dia depois o Dia de Ação de Graças nos Estados Unidos, ou seja, celebra-se no dia seguinte à 4ª quinta-feira do mês de novembro. Esta festividade começou com a ajuda das novas tecnologias e a promoção deste dia por parte das diversas empresas vem se estendendo pelo resto dos países do mundo.

Mas diante de tantas oferas tentadoras - algumas delas não tão verdadeiras - é necessário que o consumidor fique de olhos bem abertos, sobretudo quando o assunto são os desejados pacotes de turismo. Isso porque muitos basileiros estão passando por problemas em decorrência da recente crise enfrentada pela 123 Milhas, que também acabou afetando a Max Milhas, duas das maiores empresas que atuam na comercialização de pacotes com passagens aéreas e hospedagens.

Deste forma, especialistas em Direito do Consumidor apontam que para a próxima Black Friday, cujo dia oficial é 24 de novembro, a palavra de ordem é: cautela.

A advogada Paula Araújo, atuante na área do consumidor, faz o alerta: "Para evitar cair em golpes nessa Black Friday, sobretudo no setor de passagens aéreas e hospedagens, desses pacotes, é de extrema importância primeiro verificar como a empresa se comporta durante todo o ano".

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Paula Araújo - advogada

Uma das orientações da advogada é "verificar o que os outros consumidores têm a dizer sobre os serviços prestados por essas companhias. Temos o site Reclame Aqui e alguns outros sites como o JusBrasil onde os consumidores podem buscar essas informações. Lá estão as ações de cada empresa, dessa forma o consumidor consegue conhecer a qualidade dos serviços prestados pela empresa e como ela se comporta no mercado".

Ainda de acordo com Paula Araújo, os consumidores devem desconfiar de "preços muito abaixo do mercado". Isso não é sinônimo de bons negócios. Aliás, às vezes pode ser uma tremenda dor de cabeça.

"É importante avaliar outras promoções e observar as faixas de preços utilizados por cada companhia aérea, cada hotel, pois muitas empresas prestam serviços de intermediação de venda, ou seja, é de extrema importância pesquisar diretamente nas empresas de origem do produto ou serviço. É importante não assinar documentos digitais sem ler ou verificar as vantagens e desvantagens dos pacotes oferecidos", destacou.

Araújo salientou que "em caso de problemas ou dúvidas, sempre buscar orientação com um advogado para realizar a compra com segurança ou para buscar os diretos caso cliente seja lesado".

A advogada Carolina Orrico também falou ao BNews sobre o assunto e alertou os consumidores que sonham em fazer a viagem dos sonhos, mas que buscam preços muito abaixo do mercado: "O consumidor precisa saber que não existem passagens aéreas ofertadas para viagens com mais de 11 meses, ou seja, se você vai viajar em dezembro de 2024, as cias aéreas ainda não disponibilizaram nada para ser vendido. Assim, isso deve acender o aviso de alerta no consumidor. O dever de informação deve ser cumprido de maneira clara, objetiva e completa ao consumidor".

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Carolina Orrico - advogada

Questionada sobre o que o consumidor deve fazer caso perceba algum tipo de cláusula abusiva ou outra ilegalidade em ofertas de empresas de pacotes de viagens, Orrico destacou: "O consumidor deve observar as datas e validades do vouchers emitidos pelas empresas, bem como analisar as avaliações dos sites de proteção ao consumidor, cautela e canja de galinha não faz mal a ninguém".

Segundo a adovogada, os consumidores que comprarem pacotes durante a Black Friday e tiverem alguma dificuldade em usar, "devem procurar os órgãos de proteção ao consumidor como o Procon, as Agências Reguladores e noticiar nas redes sociais".

No caso de hotéis e empresas aéreas que não prestarem o serviço ao consumidor em decorrência de problemas com empresas como a 123 Milhas e MaxMilhas, a especialista em Direito do Consumidor salientou que "todas as empresas envolvidas devem entrar no polo passivo", ou seja, todas as empresas envolvidas de alguma forma no problema podem acionar a Justiça.

Para mais informações, o consumidor pode consultar os sites:


Procon Bahia

Relcame Aqui!

Consumidor.gov

Classificação Indicativa: Livre

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