Justiça

IA tem causado crescente interesse no judiciário, afirma pesquisa; confira

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Crescente interesse na utilização da IA reflete necessidade de acelerar processos judiciais  |   Bnews - Divulgação Pixabay/@pixabay
Cadastrado por Lorena Abreu

por Cadastrado por Lorena Abreu

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Publicado em 26/09/2024, às 15h50



Pesquisa realizada pelo Conselho Nacional de Justiça (CNJ) revelou que 27% dos magistrados utilizam ferramentas de inteligência artificial (IA) em suas atividades profissionais, enquanto entre os servidores esse número é de 31%. Os dados fazem parte do estudo "O uso da Inteligência Artificial Generativa no Poder Judiciário".

Apesar de o uso ser relativamente esporádico - com 70% dos respondentes afirmando que fazem uso "raramente" ou "eventualmente" -, o levantamento indica um crescente interesse pela adoção da IA no Judiciário, segundo informações do portal Migalhas. 

A maioria dos magistrados e servidores manifestou uma crença elevada na utilidade da IA generativa, principalmente em tarefas que envolvem tecnologia da informação, análise de dados e busca de jurisprudência, apontada como uma das principais áreas em que a ferramenta pode ser aplicada de forma eficaz.

Pesquisadores do Departamento de Pesquisas Judiciárias e da Universidade de São Paulo (USP), compartilharam dados coletados a partir das respostas de 1.681 magistrados e 16.844 servidores. Embora não seja possível estender os resultados a todo o Judiciário, devido à ausência de técnica de amostragem, as informações levantadas fornecem uma base relevante para a formulação de políticas judiciárias.

Entre as ferramentas mais usadas pelos respondentes está o ChatGPT, da OpenAI, com 96% de adoção entre os magistrados e 94% entre os servidores. Também se destacam o Copilot, da Microsoft, e o Gemini, do Google. A pesquisa revelou que a maioria dos usuários opta por versões gratuitas ou abertas dessas ferramentas.

Os pesquisadores alertaram, porém, sobre os riscos associados a esses sistemas, como imprecisões e a dificuldade em distinguir suas respostas das produzidas por humanos, ressaltando a importância de revisar e validar os resultados.

A pesquisa também apontou um interesse crescente na adoção da IA entre aqueles que ainda não a utilizam no trabalho. A maioria dos participantes acredita no potencial da IA generativa para apoiar tarefas no Judiciário, especialmente em áreas que envolvem tecnologia da informação, estatística e ciência de dados.

A pesquisa destacou que 67,8% dos magistrados e 59% dos servidores consideram o uso da IA adequado para a busca de jurisprudência. 

Um dado relevante é que 83% dos servidores admitiram não informar que utilizam IA em suas atividades, apesar de 62% dos magistrados incentivarem o uso da tecnologia em seus gabinetes. 

Além disso, o estudo revelou um grande interesse entre magistrados e servidores em receber treinamento e capacitação na área, visto que a falta de familiaridade com a Inteligência Artificial foi identificada como uma das principais dificuldades enfrentadas.

Os resultados da pesquisa foram apresentados durante a audiência pública realizada na sede do CNJ, em Brasília, nesta quarta-feira (25), que se estenderá até sexta-feira (27), e conta com a participação de especialistas e representantes de instituições que debatem a regulamentação do uso da IA generativa no Judiciário. A proposta de ato normativo, que trata da regulamentação dos sistemas de IA baseados em grandes modelos de linguagem, está sendo discutida pelos participantes.

Classificação Indicativa: Livre

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