Justiça

Médico é condenado a pagar indenização por racismo após filmar funcionário acorrentado

Imagem Médico é condenado a pagar indenização por racismo após filmar funcionário acorrentado
Indenização será divida entre entre a Associação Quilombo Alto Santana e a Associação Mulheres Coralinas  |   Bnews - Divulgação
Marcelo Ramos

por Marcelo Ramos

[email protected]

Publicado em 29/11/2023, às 06h39


FacebookTwitterWhatsApp

O médico Márcio Antônio Souza Júnior, que filmou um caseiro negro acorrentado pelos pés, mãos e pescoço em uma fazenda em Goiás, foi condenado, na segunda-feira (26), a pagar uma indenização de R$ 300 mil por racismo. As informações são do G1.

Em nota, a defesa do médico alega que ele é inocente. "Reitera ser inocente e que não teve qualquer intenção de ofender, menosprezar, discriminar qualquer pessoa ou promover esse tipo de atitude, inaceitável em nossa sociedade. Recorrerá contra essa injusta condenação ao Tribunal de Justiça", afirma nota.

O crime aconteceu no dia 15 de fevereiro de 2022, na Fazenda Jatobá. O homem filmado trabalhava como caseiro e recebia um salário mínimo para o serviço na fazenda do médico. De acordo com as investigações, Márcio encontrou os itens na igrejinha da fazenda, colocou no homem, gravou o vídeo pelo celular e publicou nas redes sociais.

"Falei para estudar, mas não quer. Então vai ficar na minha senzala", disse o médico enquanto filmava o homem acorrentado.

Após a repercussão, o médico publicou outro vídeo dizendo que não teve intenção de ofender. “A gente fez um roteiro a quatro mãos, foi como se fosse um filme, uma zoeira. Não teve a intenção nenhuma de magoar, irritar ou apologia a nada. Gostaria de pedir desculpas se alguém se sentiu ofendido, foi uma encenação teatral”, disse.

O caso foi investigado pela Polícia Civil, que indiciou o médico por racismo em março de 2022. A juíza Erika Barbosa Gomes Cavalcante, da Vara Criminal da comarca de Goiás, condenou o médico a pagar uma indenização R$ 300 mil, que será dividido entre a Associação Quilombo Alto Santana e a Associação Mulheres Coralinas.

Classificação Indicativa: Livre

FacebookTwitterWhatsApp