Justiça

Moraes dá nova ordem de prisão contra Roberto Jefferson e ameaça incriminar ministro da Justiça

Pedro Ladeira/Folhapress
Além da ordem de prisão anterior, expedida pela manhã, Moraes determinou que a PF prenda Jefferson por tentativa de homicídio  |   Bnews - Divulgação Pedro Ladeira/Folhapress

Publicado em 23/10/2022, às 18h56   Camila Mattoso e Marcelo Rocha/ FolhaPress


FacebookTwitterWhatsApp

O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal, deu nova ordem de prisão contra Roberto Jefferson neste domingo (23) e ameaça incriminar ministro da Justiça.

Além da ordem de prisão anterior, expedida pela manhã, Moraes determinou que a PF prenda Jefferson por tentativa de homicídio.

Ele reagiu quando os agentes federais chegaram à sua casa na manhã deste domingo (23) em Levy Gasparian, no Rio de Janeiro. Em nota, a PF informou que dois policiais foram feridos por estilhaços de uma granada. Eles receberam atendimento médico e foram liberados.

Quando abordar o político de extrema-direita, a PF vai anunciar que ele está preso por força do mandado de prisão do Supremo e pela tentativa de homicídio.

A pena de tentativa de homicídio equivale à do crime consumado, que varia de 6 a 20 anos.
Na decisão em que ordenou a prisão preventiva de Jefferson, Moraes afirmou que o ex-deputado descumpriu as medidas impostas pelo STF.

Além de transformar a prisão domiciliar com tornozeleira em preventiva, o ministro determinou a realização de busca e apreensão na residência de Jefferson. Jefferson costuma se exibir nas redes sociais portando armas, inclusive de uso restrito.

O ex-deputado foi preso em agosto de 2021 em operação da PF autorizada por Moraes no âmbito da investigação que apura suposta organização criminosa atuando nas redes sociais para atacar a democracia.

Em junho, o STF decidiu, por nove votos a dois, tornar o ex-deputado réu sob acusação de calúnia, incitação ao crime de dano contra patrimônio público e homofobia.

Os ministros decidiram abrir a ação contra o ex-deputado a pedido da PGR (Procuradoria-Geral da República), devido a uma série de entrevistas nas quais Jefferson atacou o TSE (Tribunal Superior Eleitoral), os senadores da CPI da Covid, o Supremo e as pessoas LGBTQIA+.

A corte entendeu que o caso deveria tramitar na Justiça Federal da primeira instância, mas ainda não foi remetido àquele instância.

No mês passado, em manifestação enviada a Moraes, a vice-procuradora-geral da República, Lindôra Araújo, lembrou que a remessa do caso à primeira instância segue pendente.

Dias antes, Moraes havia fixado multa diária de R$ 10 mil em razão de Jefferson "insistir em burlar as medidas cautelares impostas, além de incorrer em condutas que podem configurar o crime do art. 359 do Código Penal ("Desobediência a decisão judicial sobre perda ou suspensão de direito")".

A PGR ainda não se manifestou acerca dos fato ocorridos neste domingo.

Classificação Indicativa: Livre

FacebookTwitterWhatsApp