A pouco menos de dois meses para a maior festa de rua do planeta, uma denúncia sobre irregularidades na organização da fila dos trios estremece a relação entre membros do Conselho do Carnaval de Salvador (Concar) e os principais produtores da folia. Segundo o empresário do bloco Cheiro e vice-presidente do Concar, Windson Silva, blocos recém-criados, como o Vumbora do cantor Bell Marques, que deveriam estar no final da fila, podem aparecer entre os primeiros carros a desfilar na avenida através de uma manobra feita durante uma reunião nessa segunda-feira (22).
Ele explica que para sair dos últimos lugares, alguns blocos fazem investimento financeiro e fecham parcerias com os trios que estão nos primeiros lugares, o que é proibido pelo regulamento do Conselho, aprovado há pouco mais de seis meses. Mas segundo ele, a prática acontece desde 2012, “quando houve a confusão do bloco Largadinho com o Brother na Barra”. Na ocasião o Concar foi notificado pelo Ministério Público a tomar providências sobre as suspeitas de arrendamento e compra de espaço na fila dos trios.
Windson Silva afirmou que uma negociação financeira do bloco Vumbora com o ‘Pra Ficar’ vai colocar Bell Marques de “paraquedas” no começo das apresentações, desrespeitando as regras do Concar. Entretanto, o presidente do Conselho, Pedro Castro, disse à imprensa nesta terça-feira (23) que não vê incoerência e que o regulamento aprovado entra em vigor “a partir de 2015”.
“Ele está equivocado, discordo da interpretação dele”, disse Windson, que afirmou ter respaldo do Ministério Público de que a medida já deve valer no Carnaval do próximo ano. “Estão querendo rasgar o regulamento”, bradou, ao reclamar que a manobra foi feita numa reunião com quórum mínimo de apenas seis representantes dos blocos carnavalescos.
Apesar de não pretender levar a questão à Justiça, Windson disse que seu cargo de vice-presidente está à disposição. “Eu não quero ser questionado sobre isso”.
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Publicada no dia 23 de dezembro de 2014, às 19h43
