Denúncia

Eunápolis: prefeitura é acusada de não pagar mais de R$ 1 milhão a ex-fornecedor

Publicado em 13/01/2015, às 06h30   Adelia Felix (Twitter: @adelia_felix)



A prefeitura de Eunápolis, no sul da Bahia, é acusada de dar calote de mais de R$ 1 milhão em empresários da educação que prestaram serviço para o município nos anos de 2012 e 2013. De acordo com sócios da Aymará Edições e Tecnologia Ltda., a prefeitura, através da Secretaria de Educação, assinou o contrato para implantação do sistema de ensino para alunos da rede municipal em janeiro de 2012 com vigência até 27 de janeiro de 2015.
"O ano de 2012 funcionou tudo bem. Programa implantado e as faturas estavam sendo pagas. Ficou um saldo de R$ 460 mil. Houve mudança de prefeito e em 2013 iniciou a gestão de Neto Guerrieri. Como o ex e atual prefeito eram do mesmo grupo político, a Secretaria de Educação continuou a mesma", conta um dos sócios.
Após esse período, eles disseram que deram continuidade ao contrato. No entanto, a prefeitura começou a atrasar os pagamentos referentes ao ano de 2013. Eles afirmam que após diversas tentativas de acordo, foram orientados pelo procurador e controlador do município a protocolar um "Pedido de Indenização". Os sócios afirmaram também que o prefeito da cidade, Neto Guerrieri (PRTB), justificou em todas as conversas que estava com dificuldades de caixa.
Segundo informações do Tribunal de Contas dos Municípios (TCM), foi aplicado no primeiro ano da gestão de Neto R$ 42.917.133,60 na manutenção e desenvolvimento da educação básica.
Em 2013, quando as reformas das escolas foram iniciadas, vereadores da cidade criticaram em seus perfis na rede social a qualidade das obras nas escolas da rede municipal. Uma verba no valor de R$ 900 mil foi aprovada pelos vereadores no dia 21 de janeiro de 2013, em duas sessões extraordinárias na Câmara Municipal, para o Executivo cobrir os gastos com as reformas das escolas.
Entre eles está Ramos Filho (PTC). "Visitando a escola no bairro Alecrim II, percebemos que a 'reforma' do equipamento está sendo feita de forma irresponsável, pasmem senhores, mas estão pintando por cima sem nem mesmo tamparem os buracos ou rebocarem as paredes. Estão trocando os vidros das janelas com toda a sua estrutura de madeira podre", disse o vereador que publicou em seu perfil fotos das "maquiagens" feitas no Colégio Giussepe Iacoviello.
O vereador Adelson do Alecrim (PTC) também esteve na instituição. "As obras de reformas que estão fazendo naquela escola não são dignas de serem comparadas nem mesmo com o mais grotesco dos serviços artesanais, haja vista, que estão ignorando todas e quaisquer defeitos encontrados seja ele de qualquer natureza. No colégio Giussepe Iacoviello, construído no ano 2000, para ser modelo do município, a reforma se resume a pintura sobre paredes, portas, portais, colunas e muretas despedaçadas, quebradas, ruídas e que oferecem alto risco a integridade física dos alunos".
Escola reformada em Eunápolis
Segundo o vereador, a mesma reforma foi vista na Escola Municipal Brandão Villela entre outras. "O refrigerador é do tempo da vovó, as áreas de lazer amedronta qualquer adulto em sã consciência e o dinheiro público escorre pelo ralo mais rápido do que as águas acumuladas pelas escolas nos dias de chuva".
Escola reformada em Eunápolis
Em contato com o Bocão News, o secretário de Planejamento de Eunápolis e ex-vereador, Valdiran Marques, disse que a Aymará forneceu material escolar na gestão anterior, no entanto, esses livros não foram localizados, por isso, o prefeito não autorizou o pagamento do serviço contratado na gestão do ex-prefeito.
A reportagem também tentou entrar em contato com o prefeito da cidade, a secretária da Educação e o procurador do município, mas as ligações não foram atendidas nem retornadas.
Publicada no dia 12 de janeiro de 2015, às 06h19

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