Denúncia

Jovem acusa companhia aérea de racismo após ser impedida de viajar no aeroporto de Salvador; veja vídeo

Reprodução/Instagram
Naiane Souza chegou a entrar na aeronave, mas foi retirada após a empresa alegar que ela tinha dívidda  |   Bnews - Divulgação Reprodução/Instagram

Publicado em 25/10/2020, às 12h28   Redação BNews


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A estudante Naiane Souza usou as redes sociais para fazer uma denúncia de racismo contra a companhia aérea Gol. Em um vídeo publicado no Instagram, neste sábado (24), a jovem diz que foi impedida pela empresa de fazer uma viagem para São Paulo, onde faria um curso de estética. O caso ocorreu no Aeroporto de Salvador.

No relato, ela conta que chegou a entrar na aeronave, porém minutos depois foi convidada a se retirar. A estudante relatou que, primeiramente, funcionários da companhia disseram que ela não conseguiria embarcar devido a um estorno feito em seu cartão de crédito [veja vídeo abaixo].

"Hoje eu vim para o aeroporto e me falaram que foi feita a compra, mas essa compra havia sido cancelada por suspeita de fraude e o dinheiro ia ser estornado no meu cartão, sendo que já tem um mês que eu fiz essa compra e não teve estorno nenhum. Eles informaram que para eu viajar eu teria que pagar em débito ou espécie e se fosse no cartão de crédito teria que ser no meu nome", diz a jovem que tentou usar outras formas de pagamento para comprar a passagem no aeroporto.

No entanto,  segundo Naiane, a atendente da Gol acrescentou que ela tinha uma dívida de uma viagem que havia feito em 2017.

"Mesmo indignada, eu peguei todo o dinheiro que eu tinha guardado e resolvi pagar, porque não vou iria dá esse gostinho de perder o curso. A menina [a atendente] voltou e me falou que ainda assim, eu não poderia viajar, porque eu fiz uma viagem em 2017 e que essa viagem, o valor havia sido estornado no cartão. No entanto, eu não havia recebido nenhuma ligação, nenhum e-mail de cobrança", acrescenta. 

Após isso, Naiane diz que tentou usar o cartão de crédito do marido, que estava com ela no momento do ocorrido, para efetuar o pagamento da passagem. 

"Tive que gritar, berrar, me expor, ver outras pessoas rindo da minha indignação. A atendente, super irônica, disse que eu precisaria ligar para o SAC para tentar remarcar a viagem, porém disse a ela que eu precisava viajar naquele momento. Após isso, ofereci o cartão do meu esposo, que estava comigo, para passar o valor. Em seguida, apareceu uma mulher preta que estava lá, e ela tentou de tudo para me ajudar e liberaram para passar no cartão do meu esposo. Passaríamos uma parte no cartão, uma parte em débito e outra em espécie".

Entretanto, um erro no cartão impediu que Naiane concluísse a compra de um novo bilhete de embarque. "Ficou dando erro no cartão, mesmo assim a mulher [a funcionária] tentou liberar. Mesmo sabendo que isso poderia dar algum problema, ela foi comigo correndo no aeroporto. Consegui entrar no avião, sentar e colocar o cinto de segurança. Alguns minutos depois, ela voltou e me tirou do voo alegando que o cartão do meu esposo estava dando erro", conta a jovem, que precisou voltar pra casa.

"Isso dói muito. Isso tem que parar de acontecer. Peço que vocês prestem atenção no que está envolvido em todo esse processo. Estou com um nó tão grande na minha garganta. Estou de saco cheio disso tudo. Todo mundo sabe o que acontece e fica fazendo cara de paisagem. Vamos tentar mudar isso para os que virão depois da gente", finaliza. 

A reportagem entrou em contato com a companhia aérea Gol, que disse através de nota, que a passageira não pôde fazer o embarque porque não foi confirmado pela operadora do cartão o pagamento da reserva, que havia sido realizada em nome de terceiros.

Confira nota na íntegra:

A GOL informa que na data de ontem (24/10), a cliente Naiara Farias não pode embarcar num voo da GOL pois não foi confirmado pela operadora do cartão o pagamento de sua reserva, que havia sido realizada em nome de terceiros. Mediante o cenário foi solicitada a verificação dos documentos fornecidos na compra do bilhete, procedimento que está descrito no contrato de transporte aéreo, explicitados no artigo 1.3, item XIII. 

Várias medidas e alternativas foram tomadas a fim de ajudar a Cliente, mas esgotada todas as alternativas infelizmente a mesma não pode embarcar. A Companhia reforça que a medida adotada não possui qualquer tipo de ligação com atos racistas, sendo uma política de segurança aplicada em casos que a compra é efetuada com cartão de crédito de terceiros. Esse procedimento é normal no ambiente de e-commerce visando a proteção do portador do cartão de crédito. A GOL reitera ainda não compactua com qualquer atitude discriminatória e preza pelo respeito e valorização das pessoas.

Assista:

Classificação Indicativa: Livre

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