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Vídeo: mulheres 'saem na mão' como homens nas ruas

Imagem Vídeo: mulheres 'saem na mão' como homens nas ruas
Grande quantidade de vídeos com o tipo de violência tem circulado na internet  |   Bnews - Divulgação

Publicado em 19/04/2013, às 08h55   Tony Silva (Twitter: Tony_SilvaBNews)



Antigamente, “sair na mão” era coisa de machão. Pelo menos, é a impressão que temos ao nos deparar com a quantidade de vídeos de brigas envolvendo mulheres que circulam na rede da internet. Culturalmente, acredita-se que homens brigando era sinal de masculinidade, se tornando algo normal, mas mulheres?

O fato é que a violência “rosa” está ficando cada vez mais banalizada, entre as brigonas estão adolescentes estudantes, donas de casa, que terminam chegando à vias de fato motivadas por uma disputa de um “amor” em comum.   

A deputada Neusa Cadore (PT), presidente da comissão dos Direitos da Mulher, na Assembléia Legislativa da Bahia, se posicionou de uma forma genérica sobre o assunto afirmando que a agressividade e a banalização da violência têm acontecido em toda sociedade - que vai além das mulheres - e atribuiu a situação a um conjunto de fatores que influenciam. “Existe um processo de desumanização das pessoas que é fruto do desequilíbrio social. Notavelmente, não era comum sermos mais agressivos, nas escolas, por exemplo, não existia tanta violência como existe atualmente. Há uma carga excessiva de estresse e a crescente perda de valores morais. Nosso desafio agora é construir uma cultura de paz”, afirma a deputada.

O juiz de Direito e ex-delegado, Ubaldino Leite, reconhece que as mulheres têm se tornado tão brigonas quanto os homens e faz uma análise. “Quem vai para linha de frente, para área de atrito tem o ônus e bônus. Na medida em que a mulher passou a ter direitos iguais aos dos homens, inclusive os de ser chefe em empresas, de famílias, e até em áreas policiais e militares, fez com que as femininas viessem para a linha de frente, colocando-a face a face com as áreas de atrito. Em decorrência disso passamos a ver, cotidianamente, mulheres em vias de fato, aos gritos e em alguns casos, até com uso de armas de fogo, passando a frequentar as páginas policiais, independente de classe social”, explica Ubaldino. 

A psicóloga Suely Borges, do Centro de Atenção Psicossocial Eduardo Alves de Araújo em Lauro de Freitas, que trabalha com transtorno mental, declarou que não tem um estudo aprofundado sobre o caso, mas opinou. “Antes de tudo, existe um aspecto, que pode ser observado, que é o fato da população feminina ser maior que a masculina e isso pode influenciar na quantidade de casos de violência entre mulheres. Sem dúvida, as mulheres contemporâneas sofrem com o estresse cotidiano, devido e a carga de trabalho somada às obrigações dentro de casa, isso pode ser outro fator que influencie, tendo em vista que o papel masculino tem sido assumido pela mulher na sociedade e isso reflete no enfrentamento com outras mulheres, ainda com o agravo das influências da classe social, como, a opressão, a descriminação, a exclusão social, e outro fator ainda mais grave; a banalização da imagem da mulher que tem contribuído para a fragilização e por consequência a sua vulnerabilidade aos vários tipos de violência. Acho que temos aí, muito mais um problema social do que do âmbito psicológico”, comenta Suely Borges.


Publicada no dia 18 de abril de 2013, às 13h18

Fotos: reproduçao

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