Blogueira diz que perdeu guarda do filho após ser internada em unidade psiquiátrica sem motivos e à força; entenda

A influencer baiana Bruna Canuto denunciou, na quarta-feira (28), por meio das suas redes sociais, uma conspiração que teria sido orquestrada pelo seu ex-marido, o empresário Pedro Muniz, com o intuito de conseguir a guarda integral do filho do casal, que atualmente tem 11 anos, e, até a época dos fatos, vivia em guarda compartilhada.

De acordo com Bruna, tudo começou quando Bruna revelou ao ex-marido que não estava se sentindo bem e, ao passar em um médico, foi diagnosticada com depressão. De acordo com a influencer, Pedro demonstrou total apoio a ela, inclusive se comportando de um modo muito mais amável do que durante os nove anos em que eles estão separados, já que, segundo a modelo, “ele sempre foi arrogante, prepotente e nunca aceitou” ser amigo dela.

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Pedro se solidarizou a ponto de, na noite do dia 7 abril, assim que ela chegou de uma viagem onde fez um procedimento dentário, fazer questão de levá-la para um atendimento médico. Bruna afirma que chegou a relutar, pois além do cansaço e da dor que ainda sentia por causa do procedimento, havia ingerido cinco gotas a mais do seu ansiolítico para conseguir dormir mais rápido. Mas Pedro parecia preocupado e chegou a dizer que “estava do lado dela e que queria entender a doença”.

Com a aparente preocupação e após muita insistência, Bruna foi com o ex até o médico providenciado por Pedro, onde, segundo ela, teria já percebido que alguma coisa não estava certa, já que ela foi direto para a médica, sem passar por nenhum tipo de procedimento junto a recepção da clínica. Já no atendimento, a profissional teria perguntando o que a trouxe ali e soube do remédio que Bruna tomou para dormir.

“Você não acha que tomou remédio demais, não? E porque você tomou esse remédio? Essas foram as questões feitas pela médica, que logo após a breve consulta, falou em particular com Pedro. Segundo Bruna, a conversar demorou e ao se aproximar viu a profissional de saúde entregando um papel ao ex-marido, que depois ela viria a descobrir que se tratava de um relatório indicando internação, por causa de problemas mentais, alegando que ela havia tentado se matar.

No dia seguinte, Bruna recebeu a visita de dois amigos que tentaram fazê-la se internar. Para a influencer, eles teriam sido convencidos pelo ex: “ele conseguiu manipular as pessoas”, diz ela, fazendo uma referência, inclusive, a sua mãe, que teria recebido o relatório médico do dia anterior e havia acreditado nas coisas que ali estavam escritas. Bruna acabou não aceitando a indicação dos amigos e após a saída deles do apartamento, a porta teria ficado entreaberta e uma dupla de homens teria se aproveitado e entrado em sua casa, a levando a força para um hospital psiquiátrico, supostamente a pedido do ex.

Na unidade de saúde, Bruna entrou em contato com a mãe, que tinha autorizado a sua internação. “O que ele falou pra minha mãe foi que ele estava me levando para um resort, classe A, no qual eu descansaria e iria me recuperar desse início de depressão”. Ao saber que a filha não estava no SPA, a mãe teria ido resgatar a jovem, mas, passou mal e acabou precisando ir para uma unidade de saúde. Dois dias depois Bruna conseguiu sair da clínica, graças a autorização dada pela sua genitora.

Passado esse episódio, ver o filho se tornou uma tarefa árdua, mas que ainda acontecia, até o dia 31 de agosto, quando ela foi informada por Pedro, via whatsapp do filho, que a guarda da criança já não era compartilhada e sim totalmente dele, de modo que ela só poderia vê-lo aos sábados, em horário comercial, sob visita supervisionada. “Eles deram a guarda pra ele e eu não tive nem o direito de me defender”, alega a influencer.

A advogada de defesa de Bruna, Ana Karina Senna, diz que apesar dessa decisão compreender uma visita semanal, nem isso a influencer tem conseguido, pois só esteve com o menino uma única vez. “O que surpreende é o fato da decisão ter sido tomada apenas com base em fatos alegados pelo genitor, que induziu ao erro o magistrado, impossibilitando a modelo de apresentar sua defesa, vez que, como dito, ela jamais teve conhecimento do processo”, explanou Ana Karinna.

“Sobre as informações fornecidas pela defesa do genitor dando conta da manutenção da decisão proferida pelo Juízo de Primeiro Grau, importante esclarecer que, em verdade, recebido o agravo, a Desembargadora Relatora decidiu apenas por intimar a parte agravada (genitor) para, querendo, apresentar contraminuta, de acordo com o art. 1.019, inc. II do Código de Processo Civil, e em seguida, abrir vistas à Procuradoria de Justiça. Desse modo, o agravo de instrumento ainda será julgado pelo Tribunal de Justiça do Estado da Bahia”, detalhou a advogada.

Procurado, o empresário deu sua versão dos fatos: “eu costumo deixar meu filho na portaria [do apartamento da mãe], ele sobe o elevador e ao chegar no apartamento, ele me avisa. Dessa vez ele subiu e me escreveu assim; ‘pai, preciso da sua ajuda. Suba aí! Minha mãe tá falando muita coisa’. Nisso a avó dele também estava me ligando. Eu subi e achei a porta da cozinha e da sala aberta e na cozinha tinha uma caixa com talheres, incluindo facas, e a mãe dela me disse que estava escondendo as facas porque a filha estava querendo se matar”.

Nesse momento Bruna estava trancada no banheiro e, após cerca de meia hora, teria atendido o ex. “A gente conversando, ela aceitou ir para o médico. Mas disse que não queria ir com a mãe de jeito nenhum”. Segundo o empresário, mãe e filha não tem uma boa relação, por isso, inclusive, a pouco tempo deixaram de morar juntas, já que durante os surtos a modelo é agressiva e já teria agredido a própria mãe.

Na clínica onde Pedro levou a ex-mulher, a médica indicou uma internação imediata, mas disse que não havia vaga, mas que a família deveria cuidar disso. De modo que empresário levou o relatório médico com o histórico de Bruna na clínica em questão e com os CIDs (classificação internacional de doenças) ainda não conclusivos, mas já pontuando a necessidade e internamento, para a mãe da influencer.

A participação de Bruno nessa história, segundo ele, acaba aí. A partir de então, todas as medidas tomadas para a internação da influencer partiram da própria mãe dela. “Depois dessa situação meu filho começou a me contar o que acontecia na casa da mãe, inclusive com relatos de agressividade que ela tinha com familiares e amigos”, relata o pai do garoto que, a partir de então, decidiu pedir a guarda integral para “proteger a integridade física e psicológica do menino”.

Questionado sobre porque ele não avisou a ex-mulher sobre o pedido de guarda, a advogada do empresário, Jamile Leone, explicou que “quando se ajuíza um pedido de guarda, sem oitiva da parte contrária, é para proteger e salvaguardar a criança. Nós entendemos que se fosse levado toda essa situação para a Bruna, no estado que ela estava, a criança iria sofrer mais ainda”. Pedro ainda complementa: “com o histórico que ela já estava, não tinha condição nenhuma de deixar a criança com ela”.

A defesa ainda fez questão de ressaltar que a decisão judicial, que deixa a guarda do menino em tempo integral com o pai foi embasa pelo Ministério Público. “Seguimos todo o processo legal”, disse a advogada. Bruno descreve que O MP “deu parecer favorável a guarda e o juiz acompanhou o Ministério Público, depois ela se defendeu no segundo grau, com todas as testemunhas e laudos e, ainda assim, o segundo grau manteve a guarda” com ele.

A redação do BNews entrou em contato com o Ministério Público da Bahia para confirmar a versão passada pelo pai da criança e saber qual o ponto de vista usado para o parecer, mas fomos informados de que o “processo de guarda de menor corre em sigilo, conforme inciso II do art. 155 do Código de Processo Civil”.

Como a influencer informou que registrou um Boletim de Ocorrência contra o ex-marido, na 16ª Delegacia Territorial/Pituba, O BNews também buscou informações sobre essa investigação junto a Polícia Civil e assim que obtivermos uma resposta, atualizaremos a notícia.

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