Economia & Mercado

CGU aponta superfaturamento de R$ 181 mi em obras do PAC no Rio

Publicado em 19/02/2016, às 08h40   Redação Bocão News (Twitter: @bocaonews)



O superfaturamento em obras do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) nas favelas da Rocinha, Manguinhos e Alemão, no Rio, chegou a R$ 181,1 milhões, de acordo com três relatórios de auditoria elaborados pela Controladoria Geral da União (CGU) e obtidos pelo jornal O Estado de S.Paulo por meio da Lei de Acesso à Informação. A Polícia Federal (PF) abriu no Rio inquérito para apurar irregularidades nas licitações e a suspeita de ganhos ilegais por parte dos três consórcios vencedores da concorrência, comandados pelas construtoras Andrade Gutierrez, Queiroz Galvão e Odebrecht, todas também investigadas na Operação Lava Jato. O Ministério Público Federal (MPF) acompanha o inquérito.
Em novembro de 2015, os delegados da Lava Jato, em Curitiba, foram acionados para compartilhar informações sobre as empresas que realizaram os serviços do PAC. O delegado Helcio William Assenheimer, da Superintendência da PF no Rio, afirma no ofício encaminhado ao colegas no Paraná ser conhecimento público que as investigações da Lava Jato têm "logrado desvendar um amplo esquema de corrupção e direcionamento de contratações públicas, incluindo conluios entre as empresas citadas".
Os trabalhos de urbanização em Manguinhos (zona norte) foram realizados pelo consórcio liderado pela empreiteira Andrade Gutierrez, em parceria com as empresas EIT e a Camter. O contrato para executar os serviços era de R$ 232 milhões. De acordo com os auditores da CGU, as obras na comunidade foram superfaturadas em R$ 41,5 milhões. Na favela, existem 13 mil domicílios e vivem 44 mil pessoas.
Na Rocinha (São Conrado, zona sul), o superfaturamento foi de R$ 12,2 milhões nos serviços executados pelo consórcio integrado pelas construtoras Caenge, Carioca Engenharia (outra que é investigada pela Lava Jato) e Queiroz Galvão. Em janeiro, o jornal revelou o sobrepreço de R$ 127,3 milhões nas obras do PAC no complexo de favelas do Alemão (zona norte), realizadas pelo consórcio formado pela Odebrecht com as empreiteiras OAS e Delta. Apenas a construção do teleférico, considerado símbolo do programa federal, foi superfaturado em R$ 10,1 milhões, segundo a CGU.

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