Economia & Mercado

Indústria descarta falta de algodão para vacinação, mas alerta para alta de preços

Mayke Toscano/Secom-MT
O algodão hidrófilo, usado como insumo médico,  é um subproduto da indústria têxtil  |   Bnews - Divulgação Mayke Toscano/Secom-MT

Publicado em 15/02/2021, às 16h34   Redação BNews


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Se não houver planejamento para atender à demanda por algodão - insumos necessário para aplicação da vacina contra a Covid-19 - no Brasil, existe a possibilidade do produto subir ainda mais de preço. 

Segundo informações do jornal Folha de São Paulo, um boletim da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), divulgado no início de fevereiro, aponta que os preços do produto no Mato Grosso e na Bahia, já subiram 20% e 18%, respectivamente. 

Ambos são os maiores produtores de algodão do País. Segundo a entidade, além do dólar valorizado, a alta segue sustentada pela busca da indústria nacional para reposição dos estoques.

O Brasil, quarto maior produtor, deve colher 2,7 milhões de toneladas de algodão em pluma em 2021, 9% a menos do que no ano passado. As áreas plantadas diminuíram, reflexo da baixa na procura pela indústria têxtil, em queda na pandemia, e menores preços de venda.

O presidente da Associação Brasileira da Indústria Têxtil e de Confecção (Abit ), Fernando Pimentel explica que o algodão hidrófilo, usado como insumo médico,  é um subproduto da indústria têxtil, que investe cerca de 15% do total da sua matéria-prima neste setor. 

Segundo ele, a produção é de aproximadamente 2,5 mil toneladas por mês, voltada essencialmente para o mercado interno, que inclui o setor de beleza e de cosméticos.

Assim, os empresários precisam se programar para suprir um eventual aumento da demanda pelo produto. Ele recomenda que os estados revisem seus estoques e já façam suas encomendas, seguindo o cronograma de vacinação. Ele  praticamente exclui a possibilidade de falta de algodão para atender ao mercado interno.

“O Brasil tem um programa enorme de vacinação realizado anualmente, mas é certo que a demanda não é tão precisa quanto a relacionada às seringas, por exemplo. Eu nunca tive informação de escassez desse insumo, mas, numa necessidade mais urgente, a indústria pode se adaptar para aumentar a produção desse algodão médico”, aponta.

O presidente da Associação Brasileira de Produtores de Algodão (Abrapa), Júlio Cézar Busato, também ouvido pela publicação, lembra que a baixa na produção deste ano deve ser compensada com o estoque do produto. Ele também crer que o país está preparado para suprir a necessidade pelo insumo.

Mesmo assim, ele relembra que, com o aquecimento do mercado, a indústria têxtil está retomando os números. Com isso, a procura pelo algodão deve aumentar ainda mais nos próximos meses.

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