Economia & Mercado

Alta no preço do asfalto encarece e atrasa obras no estado, avalia secretário de Infraestrutura

Ulgo Oliveira/Seinfra
Apenas no mês de maio, aumento no custo do insumo foi de 25%  |   Bnews - Divulgação Ulgo Oliveira/Seinfra

Publicado em 03/08/2021, às 18h19   Léo Sousa


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A alta no preço do asfalto tem atrasado e encarecido obras públicas no estado da Bahia, de acordo com o secretário de Infrasestrutura, Marcus Cavalcanti.

Apenas no mês de maio, o aumento no custo do insumo foi de 25%, reajuste que, segundo a Associação das Empresas Distribuidoras de Asfalto (Adeba), é o maior dos últimos anos.

O titular da Seinfra lembra que, ainda neste ano, o asfalto já havia sofrido outras altas, de 9% e 6%. "Só aí, já é mais de 40% [...] Isso pesa nas obras", apontou em entrevista ao BNews

Segundo a Confederação Nacional dos Municípios (CNM), o insumo representa cerca de 40% do custo de pavimentações e até 70% do custo de manutenção de estruturas viárias.


Secretário estadual de Infraestrutura, Marcus Cavalcanti (Foto: Vagner Souza/Arquivo BNews)

Os contratos de obras públicas entre Estado e concessionária preveem reajustes anuais, mas, afirma Cavalcanti, no caso de reajuste no valor do asfalto, pode haver "reequilíbrios" a cada quatro meses. "Isso faz com que as obra fiquem mais caras", explica.

Outro problema, de acordo com o secretário, é que a inconstância dos custos faz com que os valores nas licitações fiquem imprevisíveis: "quando a empresa está fazendo a proposta, não sabe o preço que vai colocar".

Da parte do poder público, acontece de precisar atualizar os preços, depois de lançado o processo licitatório. "Em diversas licitações, a gente precisa cancelar, atualizar o preço e lançar novamente, o que provoca atraso nas contratações", afirma.

"Não tem previsibilidade de período e percentual [dos reajustes no preço do asfalto]. Então, no caso de obras que são feitas através de concessões, gera descompasso nas obras, além do impacto de maior custo", acrescenta Marcus Cavalcanti.

Além do aumento nos preços, segundo o titular da Secretaria de Infraestrutra, as obras são oneradas pelo custo de transporte do asfalto, já que boa parte do insumo utilizada na Bahia precisa vir de outros estados.

De acordo com a Agência Nacional de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), cerca de 5% do mercado interno de asfalto é abastecido por produto importado.

O baixo índice de importação do produto seria explicado por entraves logísticos que dificultam as compras no exterior.

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