Economia & Mercado

Bolsa cai ao menor patamar em três meses com incerteza fiscal e balanços corporativos

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Bnews - Divulgação Pixabay

Publicado em 12/08/2021, às 19h23   Folhapress


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As incertezas fiscais e a divulgação de balanços corporativos puxaram mais um dia de queda da Bolsa de Valores brasileira e de alta da curva de juros futuros. O Ibovespa, principal índice acionário do país, encerrou a sessão desta quinta-feira (12) em queda de 1,11%, aos 120.700 pontos, no menor patamar em três meses.

Já a curva de juros futuros com prazo de um ano ficou em 8,075% ao ano, contra os 7,958% registrados na véspera.
As crescentes dúvidas em relação ao cenário fiscal -que já têm impactado o mercado de capitais há algum tempo- ganharam força depois do segundo adiamento consecutivo da votação para a reforma do Imposto de Renda por parte do presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL).

Parlamentares aliados ao governo querem mais tempo para discutir as mudanças e também defenderam ler com antecedência o texto do relator, deputado Celso Sabino (PSDB-PA).

Além disso, o ministro da Economia, Paulo Guedes, também afirmou nesta quinta (12) que o governo não tem condições de pagar a conta de R$ 90 bilhões de precatórios prevista para o próximo ano, sob o risco de cometer um crime de responsabilidade fiscal.

"No meio deste impasse, o governo ainda quer aprovar um aumento de no mínimo 50% no Bolsa Família, o que gera ainda mais preocupação com o rumo fiscal. Foi mais um pregão de alta dos DIs [média diária de juros cobrados em depósitos interfinanceiros], com a curva de juros já precificando a Selic ligeiramente acima de 8% no ano que vem", afirmou o analista da Clear Corretora, Rafael Ribeiro.

Outro ponto que influenciou o pregão desta quinta-feira foi a agenda de balanços corporativos. Na véspera, várias companhias divulgaram seus resultados relativos ao segundo trimestre deste ano.

Entre os destaques negativos, Ultrapar despencou 12,33% após reportar um resultado aquém das expectativas. Minerva também registrou perdas de 11,27% no pregão, após a companhia afirmar que não pretende fechar seu capital, em resposta a ruídos sobre o assunto que fizeram os papéis disparar 14,6% no final da quarta-feira.

No setor, JBS caiu 5,85%, mesmo após reportar o melhor trimestre da história no período de abril e junho, enquanto sinalizou que aquisições recentes não aumentarão alavancagem. Via Varejo caiu 7,3%, mesmo após dobrar o lucro no segundo trimestre, enquanto o resultado operacional caiu 12,6%, a R$ 485 milhões, abaixo das previsões de analistas.
B3 desabou 7,71% após ter mudado para possível o prognóstico para uma perda de processos cíveis de R$ 31,5 bilhões.

No exterior, os índices americanos tiveram um dia positivo. Segundo o especialista da Valor Investimentos Virgilio Lage, o mercado lá fora repercutiu o auxílio desemprego divulgado pelo relatório do Departamento do Trabalho americano.

Os dados mostraram que o número de novos pedidos caiu na semana passada, como esperado, enquanto um dado separado apontou que os preços ao produtor subiram mais do que o esperado em julho.

"Além disso, na véspera o departamento também informou que o índice de preços ao consumidor subiu 0,5% em julho, enquanto o núcleo avançou 0,3% na comparação mensal. Os dados foram encarados pelos analistas como um sinal de que a inflação está sob controle", disse.

Dow Jones, S&P 500 e Nasdaq subiram 0,04%, 0,30% e 0,35%, respectivamente.

Os dados americanos e o ambiente de incertezas no cenário doméstico também pesaram no câmbio. O dólar encerrou a sessão desta quinta em alta de 0,68%, a R$ 5,2560.

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